A DEPRESSÃO E A FIBROMIALGIA EM UMA PERSPECTIVA MULTIDISCIPLINAR NO SRFIS: ESTUDO DE CASO.

MARCUS VINICIUS CASTRO WITCZAK, MILENA MACEDA

Resumo


Apresenta-se aqui um estudo de caso de uma paciente atendida no Serviço de Reabilitação Física (SRFis) da UNISC e diagnosticada com estas duas morbidades: a depressão, que pode surgir frente a estados estressantes, situações sociais e econômicas adversas; e a fibromialgia, entendida como sendo uma doença resultante da somatização da aflição psicológica, estresse e traumas na infância, adversidades associadas ao estresse crônico, doenças graves e mudanças hormonais. Após avaliação da equipe multiprofissional do SRFis, recebe atendimento fisioterapêutico e psicológico. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão clínica é uma doença bem definida do ponto de vista médico, cujos sintomas são intensos, prolongados no tempo e interferem nas atividades diárias dos indivíduos. Os sintomas passam por alterações no apetite ou peso, sono e atividade psicomotora, diminuição da energia, sentimentos de desvalorização pessoal ou culpa, dificuldades em pensar, concentrar-se ou em tomar decisões, pensamentos recorrentes a propósito da morte ou ideação, planos ou tentativas suicidas (RIVERO, 2009). Os sofrimentos vivenciados por portadores de fibromialgia são semelhantes aos de LER/DORT: a falta de compreensão diante do não reconhecimento da dor, visto sua invisibilidade no corpo ou por exames, dissemina a ideia de simulação. O questionamento quanto à aparência saudável de seus portadores pode agravar o seu sofrimento experenciado. A falta de compreensão em suas relações sociais, familiares e laborais também reforça a discriminação (SILVEIRA, 2004). Objetivo: Averiguar a efetividade do acompanhamento psicológico em sua relação com o processo fisioterápico na relação entre depressão e fibromialgia associadas. Metodologia: Acompanhamento e tratamento psicológico de um paciente diagnosticado com depressão e fibromialgia. A partir dos encontros terapêuticos semanais, coletou-se os dados relativos à sua psicopatologia. A abordagem utilizada foi a ideográfica (CASTANÕN, 2007), que trabalha sob o enfoque da personalidade do sujeito e o considera como uma pessoa única. Serão utilizados somente dados genéricos para a preservação da identidade do paciente, focando-se na dinâmica dos atendimentos. Resultados: O atendimento ainda continua acontecendo, logo os resultados apresentados são parciais. Mas, a partir das sessões já realizadas, constatou-se que a depressão e a fibromialgia são multifatoriais. A dificuldade para a realização das atividades da vida diária influencia diretamente na dinâmica clínica. A dor física apresenta-se como impossibilidade real, trazendo repercussões importantes para a sua conflitiva anímica: sentimento de vazio e de solidão associados à percepção de que possui pouca energia para concluir tarefas que antes eram executadas normalmente. É possível observar que o quadro produzido faz com que o sujeito e sua família sofram, afetando diretamente suas relações sociais e resultando no afastamento de seu trabalho. Processos psicofisiológicos, como o sono e o apetite, também sofreram alterações. Conclusão: a depressão e fibromialgia, neste caso, são doenças que estão profundamente interligadas e interferem de forma direta no cotidiano desse indivíduo. A dinâmica familiar e laboral também sofre influências consideráveis, produzindo mais sofrimento. O processo de adoecimento é retroalimentado dessa forma.


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