ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA A PACIENTES CIRÚRGICOS: PERSPECTIVA DA PSICOPROFILAXIA CIRÚRGICA

SIMONE CALDAS BEDIN, ANA CAROLINA SIMOES FRUET

Resumo


Em geral, uma cirurgia implica grande impacto sobre o bem-estar físico, social e emocional do paciente, com aumento dos níveis de ansiedade e stress e pelo distanciamento, mesmo que temporário, da rede de apoio social e familiar. Os sentimentos de ansiedade e medo decorrem de qualquer evento novo ou desconhecido, portanto são reações frente à ameaça de perigo ou ao perigo eminente. Entende-se então, que nenhum paciente está efetivamente preparado para realizar uma cirurgia, sendo necessária a atuação psicológica neste momento. Como uma forma de intervenção psicológica, a psicoprofilaxia cirúrgica tem enfoque preventivo. O objetivo geral é evitar que a circunstância da doença e da cirurgia traga prejuízos para o psiquismo, já que diminui a probabilidade da aparição de complicações posteriores, quer sejam orgânicas ou psicológicas, além de atuar na promoção de saúde, para o surgimento de potencialidades e capacidade de enfrentamento. Quanto à psicoprofilaxia cirúrgica com crianças, o modo mais eficaz de se trabalhar com elas é através de materiais lúdicos, pois como seu intelecto ainda não está totalmente desenvolvido e ainda não tem todos os recursos da comunicação estabelecidos, é através de brincadeiras, desenhos, jogos que ela pode perfeitamente expor sua ansiedade, seus sentimentos, angústias e então elaborá-los. Destacam-se também outras formas, como: informação narrada, escrita, visita hospitalar, vídeos informativos, técnicas de relaxamento ou teatralização, com a participação das crianças simulando o médico ou o paciente. Este artigo objetiva contemplar a importância da atuação, uma intervenção psicológica a partir de um acompanhamento do paciente frente ao procedimento cirúrgico, minimizando as suas angústias e ansiedades, assim como, o auxílio na comunicação entre paciente e equipe de saúde e a adesão ao tratamento. A realização deste trabalho deu-se a partir de uma revisão sistemática da literatura, apresentando-se como um trabalho teórico para a elaboração posterior de um projeto de pesquisa, que será dividido em dois momentos específicos: o pré-operatório e o pós-operatório. Utilizou-se de uma escala de avaliação de níveis de ansiedade e depressão, denominada escala hospitalar de ansiedade e depressão, com a finalidade de que a ansiedade seja medida para que possa haver a intervenção psicológica. Vale ressaltar que o interesse por essa temática emergiu da vivência de atendimentos de familiares em procedimentos cirúrgicos que aguardam em sala de espera do centro cirúrgico o transcorrer do ato operatório, a partir da realização de estágio curricular no hospital Ana Nery. O psicólogo em atuação, a partir da psicoprofilaxia cirúrgica, contribui para uma visão holística e humanizadora, tanto do paciente, ao possibilitar o enfrentamento da atual situação em níveis toleráveis de ansiedade, quanto a todos que estão envolvidos na atenção e busca da recuperação desse sujeito, como os familiares e a equipe de saúde de um modo geral. Além disso, a presença do psicólogo na equipe cirúrgica contribui na identificação dos medos, dúvidas, expectativas do paciente, assim como, na facilitação de uma interlocução mais eficiente entre a equipe de saúde e paciente e as questões psíquicas geradas perante a situação cirúrgica. Sendo assim, essas contribuições que a atuação de um psicólogo traz às diversas modalidades de intervenção cirúrgica vêm ganhando e afirmando o seu espaço, na busca da compreensão do sujeito enfermo como um todo.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.