PROJETO COPAME: O INÍCIO DE UM GRUPO COM MENINOS ABRIGADOS DE 8 A 11 ANOS

JEMERSON MADRID DIAS, MATHEUS BARBOSA DE OLIVEIRA, MIGUEL ANGEL LIELLO

Resumo


O projeto COPAME tem como objetivo promover o bem-estar da Instituição como um todo, tanto no trabalho com os funcionários quanto nas atividades com as crianças que lá estão abrigadas. Dentro desse contexto de atuação, uma das principais propostas do projeto é auxiliar na construção de um ambiente salutar de vivência, bem como tentar dar apoio na busca de um bom desenvolvimento psicossocial das crianças. A instituição acolhe crianças de 0 a 12 anos em situação de vulnerabilidade, sendo dividida em quatro casas: berçário (0 a 3 anos de idade); casa dos pequenos (4 a 7 anos de idade); casa das meninas (meninas de 8 a 12 anos de idade); e casa dos meninos (meninos de 8 a 12 anos de idade). Este trabalho engloba especificamente as atividades realizadas com a casa dos meninos, que teve início no primeiro semestre de 2015. As ações propostas no grupo, muito mais que proporcionar momentos de recreação, visam promover o bem-estar das crianças, além de possuir um objetivo terapêutico que através de atividades lúdicas busca aliviar as tensões e trazer à tona elementos que podem ser importantes na identificação de dificuldades no desenvolvimento cognitivo das crianças, considerando que estas vêm de um contexto familiar e de um histórico de vida muitas vezes complicado e/ou problemático que dificulta uma construção psicossocial adequada. Tristeza, frustração, carência e sentimento de rejeição são elementos que frequentemente surgem em meio às atividades, o que não só reflete a situação atual de cada criança, como também são consequências das histórias de vida de cada um. O trabalho realizado utiliza a abordagem gestáltica como base teórica na busca de identificar possíveis dificuldades psicossociais no cotidiano dos meninos. Para isso foram utilizadas, entre outras, basicamente duas técnicas: sessões de desenho coletivas e música, através de rodas de violão. Nas sessões de desenho percebeu-se uma certa dispersão por parte de algumas crianças e a não adesão de outras, devido em parte à competitividade existente entre eles e também às frustrações no decorrer da atividade. Já em relação à música, os resultados foram surpreendentemente positivos, pois a atividade conseguiu agregar o grupo quase que com totalidade, diminuindo consideravelmente até mesmo a agressividade que frequentemente permeia o grupo e as relações entre eles. Percebemos com isso que o resultado obtido pela atividade musical foi muito mais efetivo que a dos desenhos, sendo que atraiu a atenção e o interesse de quase todos os meninos, instigando a curiosidade, possibilitando a união do grupo e evitando a competitividade que a todo momento aflora nas atividades. Além disso, foi uma ferramenta bastante produtiva para a busca do objetivo proposto de identificar elementos importantes que podem estar influenciando negativamente no desenvolvimento das crianças.


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