INCLUSÃO DE SURDOS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM ATRAVÉS DE EXPERIMENTOS EM QUÍMICA

NÀDIA DE MONTE ACCAR, WOLMAR ALIPIO SEVERO FILHO, ANA LUCIA BECKER ROHLFES, LIGIA VIDAL OLIVEIRA, PAULA ELISABETE PANTA HEIDERICH

Resumo


Esta proposta de trabalho foi realizada com alunos de primeiro ao quinto ano do Ensino Fundamental, portadores de surdez, em oficinas/monitorias do PIBID, na Escola Estadual de Ensino Médio Nossa Senhora do Rosário, localizada no município de Santa Cruz do Sul/RS. A escola recebe alunos surdos de diversas cidades do Vale do Rio Pardo, sendo eles tanto do ensino fundamental quanto do ensino médio; no ensino fundamental existem turmas compostas somente por alunos portadores de surdez, estudantes que são o público-alvo de nossas monitorias. Já no ensino médio os estudantes surdos são incluídos nas turmas com os demais estudantes, portanto, trata-se de uma escola que busca a inclusão social de seus estudantes surdos aos demais estudantes e com a comunidade em geral. Foram efetuados diversos experimentos químicos, dentre eles: "materiais que flutuam ou afundam em água", "revelando o desenho escondido", um desenho feito com fenolftaleína e, após, borrifado com uma solução de alguma base (usamos uma solução de Hidróxido de Potássio, revelando um desenho de cor rosa, por conta do uso do indicador) e "elaboração de geleca", por meio dessas estratégias abordamos diversos temas, como densidade, polímeros e ácidos e bases, todos tendo como objetivo fazer os estudantes visualizarem a beleza e o princípio do fenômeno físico ou químico explorado. Todos os experimentos foram realizados no laboratório da escola com supervisão das bolsistas, sendo que na maioria deles os estudantes tiveram a oportunidade de exercitar o manuseio de reagentes, instrumentos e vidrarias, propostas por meio das quais os alunos surdos podem visualizar e participar efetivamente da realização do experimento, o que permite melhor entendimento por parte dos estudantes e facilita o processo de ensino-aprendizagem, pelo fato de serem atividades visuais e fazerem parte de seu dia a dia. Durante a realização das atividades experimentais pode-se observar que os estudantes demonstraram interesse pela descoberta dessa nova possibilidade de ciência, que até então era desconhecida por eles, e também pelo uso de um novo ambiente, no caso, o laboratório de ciências, o qual não era utilizado com frequência pelos alunos. A partir do trabalho realizado vimos que a inclusão dos estudantes surdos em nossas monitorias/oficinas proporcionou grande crescimento, afinal, adquirimos experiência em um assunto que até então era desconhecido por nós, pois como futuras professoras, possivelmente, teremos de enfrentar desafios semelhantes a este. Conclusivamente, a adversidade de ser surdo não impede o estudante de integrar-se ao processo de ensino-aprendizagem especialmente numa temática química, que explora a experimentação como técnica de ensino.

Palavras-chave: Química; inclusão social; ensino.


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