PROPOSTA DE ATIVIDADE EXPERIMENTAL SOBRE VELOCIDADE MÉDIA VISANDO À INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA

GUSTAVO HENRIQUE MENZEL, VICTORIA VIDAL PREUSSLER, CLAUDIA MENDES MAHLMANN

Resumo


O número de alunos com algum tipo deficiência matriculados em classe comuns tem aumentado, como resultado da política de inclusão vivenciada atualmente. Dados do Censo Escolar mostram que em 1998, apenas 13% dos 200 mil matriculados, estavam em classes comuns, já em 2014 eram quase 900 mil matriculados, e 79% destes estavam em classes comuns. Apesar de a inclusão estar acontecendo nas escolas públicas, ainda são verificadas dificuldades com a questão de qualificação dos profissionais, aceitação da população e acessibilidade. Este trabalho visa apresentar uma atividade prática planejada por bolsistas do subprojeto de Física do PIBID/UNISC que atuam no campo da docência assistida. Foi desenvolvido um experimento com materiais reciclados e com baixo custo, possibilitando um maior entendimento do conteúdo de Física do primeiro ano do Ensino Médio, a cinemática escalar. O experimento consistiu em uma base e um suporte de poliestireno expandido (isopor®), onde foi apoiado um cano de Policloreto de Vinila (PVC) de 40 mm de diâmetro por 1 metro de comprimento cortado ao meio formando um trilho. Ao final do trilho foi colocada uma placa metálica, que com o choque do corpo em movimento (esfera) produziria som. O corpo utilizado para mover-se foi uma bola de golfe, mas que pode ser substituída por qualquer outra esfera maciça, mas esta deve ter uma massa significativa, isto para produzir um som ao chegar à placa metálica. Utilizou-se para realização de medidas uma régua ou trena e cronômetros. O procedimento consistiu em apoiar o trilho na base ajustando o suporte para formar um ângulo de 30° com a horizontal, na extremidade mais baixa colocou-se a placa metálica. Os alunos realizaram a medida do cano de PVC, e soltaram a esfera a partir do ponto inicial (extremidade mais alta), e cronometraram o tempo que a bolinha levou para percorrer o trilho desde a extremidade mais alta até o momento que tocar no objeto metálico e produzir som. Foi determinada a média dos tempos medidos, e depois com os dados do comprimento do trilho efetuados os cálculos da velocidade média. Esta foi explicada anteriormente pelo professor. Após a realização da montagem deste experimento e realização dos testes para verificação do seu funcionar, verificamos que ele poderia ser mais útil, do que simplesmente demonstrar o movimento dos corpos e permitir medidas e cálculos, o que seria possível ser usado como recurso para explicação do mesmo conteúdo para pessoas com deficiência visual. O fato de conter material que produza som torna o experimento passível de observação para alguém com deficiência visual. Até mesmo para uma pessoa com baixa visão é mais fácil visualizar por serem usadas cores contrastantes. No caso de um aluno com um déficit cognitivo, para um melhor entendimento, o experimento pode ser repetido mais de uma vez. Para um aluno com deficiência auditiva, e para os demais, o experimento expressa o conteúdo de forma lúdica. O objetivo inicial desta atividade era a melhor compreensão do conteúdo, considerando alunos tachados como normais, porém com a atividade montada, observou-se que ele poderia também ser um ótimo recurso para facilitar a experimentação e compreensão envolvendo alunos com deficiência. Um ponto que contribuiu para o aumento do número de deficientes em classes comuns é um estímulo maior de inclusão dos mesmos, com isso há uma maior preocupação, motivação e interesse por parte dos professores.


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