ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE: A ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NO CONTROLE DA TUBERCULOSE.

Jaqueline Ferreira, Angélica Hermes, Luciane Maria Schmidt Alves

Resumo


A tuberculose (TB) é um problema de saúde pública, que ainda está longe de acabar, ou seja, de obtermos a eliminação total desta infecção. No mundo são notificados anualmente cerca de 6 milhões de novos casos, tendo mais de 1 milhão de óbitos. Já no Brasil são notificados anualmente 70 mil novos casos da doença, com 4,6 mil mortes, números que sustentam o país como um dos 22 países priorizados pela Organização Mundial de Saúde, pois concentra 80% da carga mundial de TB. A atenção básica é vista como ponto chave para a assistência a população, sendo o atendimento organizado como uma rede de cuidados, com fluxos regulados e conhecidos por todos, com o objetivo de suprir as necessidades dos usuários, gestores e sociedade. O enfermeiro exerce um papel importante no processo de liderança, capacitação e sensibilização de toda equipe, no controle da TB, sendo essa categoria fundamental para guiar as atividades de saúde pública em todo o país. Assim, o objetivo deste trabalho é discutir a política de controle da tuberculose na atenção primária e a importância da atuação do enfermeiro na implantação do Programa Nacional de Controle de Tuberculose. Trata-se de uma revisão de literatura, realizada nos meses de setembro e outubro de 2015, em artigos e periódicos atualizados, cartilhas do ministério da saúde e livros científicos. O Brasil apresenta taxas de cura inferiores a 85%, que é a meta preconizada pela OMS e taxas de abandono acima de 5%, portanto foi criado o PNCT, que tem como enfoque o controle da doença, o Tratamento Diretamente Observado (TDO), a busca ativa do Sintomático Respiratório (SR), o diagnóstico precoce e o controle do tratamento, para evitar a tuberculose resistente. O TDO traz mudanças na forma de administrar os medicamentos, ou seja, é um tratamento observado por um profissional de saúde desde o início até a sua cura. A busca ativa dos SR, como uma tosse a mais de 3 semanas, deve ser permanentemente realizada por todos os serviços de saúde, desde o nível primário até o terciário. O diagnóstico precoce ocorre concomitantemente com a busca ativa dos SR, através da pesquisa do bacilo álcool-ácido resistente, que é a técnica mais utilizada para o diagnóstico. Esse procedimento deve ser realizado por todos os laboratórios públicos do país. A enfermagem, por sua vez, deve realizar trabalhos de educação em saúde com toda a população para o diagnóstico precoce e, para evitar a disseminação dos casos de TB, para isso, orientando quanto à doença, seus sintomas, transmissão e a importância do tratamento adequado, bem como possíveis efeitos colaterais das medicações. O enfermeiro precisa ter o cuidado de também orientar e capacitar sua equipe de técnicos e agentes comunitários de saúde, para que saibam identificar os pacientes e auxiliar no tratamento e cura da doença. Desse modo, entendemos que a política está construída para nortear as ações em saúde das equipes de atenção básica, na promoção, prevenção e proteção da saúde da população ainda não afetada, no tratamento, reabilitação e controle da população infectada, impedindo a disseminação. É notável a importância do enfermeiro de atenção básica frente a estas estratégias, tanto na capacitação da equipe para as etapas do PNCT: a busca ativa dos SR, diagnóstico precoce, TDO e o controle do tratamento; quanto no desenvolvimento de ações de cunho profissional como o acolhimento destes pacientes, a realização da consulta de enfermagem e auxílio a toda equipe envolvida.

Palavras-chave: Tuberculose; Diagnóstico; Sintomático Resiratório.


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