MAPA INTELIGENTE COMO DESENCADEADOR DE AÇÕES EM SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Resumo
A cartografia é uma ferramenta amplamente utilizada na Estratégia de Saúde da Família (ESF) para mapear a comunidade adstrita por ser dinâmica e com grande interação sócio epidemiológica. Como um dos resultados cita-se o Mapa Inteligente (MI) que tem como objetivo ser um instrumento de planejamento das ações em saúde. Este aponta as necessidades da população, vislumbrando a qualidade do serviço prestado. A atenção básica nas ESF possui vários princípios que norteiam sua organização, um deles é a territorialização. O MI é uma estratégia operacional a qual proporciona a interação entre as pessoas e os serviços de saúde. Além disso, possibilita a visualização e o reconhecimento do microáreas em seus aspectos ambientais, identificação dos principais problemas de saúde e as áreas de risco, conseguindo realizar um diagnóstico da situação dessa comunidade de forma mais eficaz. Os bolsistas do PET Saúde Gradua-SUS motivados pela inexistência do mapa inteligente na ESF onde atuam, planejaram a sua construção e organização com auxilio das Agentes Comunitárias de Saúde (ACS).
Objetiva-se com esse relato a reflexão da necessidade do mapa inteligente nas ESFs como promotor e potencializador de ações em saúde e o reconhecimento das necessidades da comunidade. Este é um estudo descritivo, do tipo relato de experiência. A ESF Cristal/Harmonia está localizada em Santa Cruz do Sul, no Bairro Santa Vitória e possui 8 micro áreas, sendo que uma está descoberta de agente comunitária de saúde. Fazem parte da equipe ainda três médicos, sendo um pediatra, uma enfermeira, três técnicos de Enfermagem, uma dentista e a auxiliar de saúde bucal. Os bolsistas do projeto realizaram visitas domiciliares com ACS, sendo que esse contato inicial auxiliou no reconhecimento das microáreas e na observação da disposição física das residências. Para o esboço inicial foi utilizado um mapa base que retiramos do site de Geoprocessamento da Prefeitura de Santa Cruz do Sul. Nos reunimos com as ACS e cada bolsista ficou responsável por desenhar uma microárea em papel pardo. No desenho esquemático foram esboçadas as residências com suas devidas numerações e apontadas as enfermidades presentes em cada domicilio/família. A partir disso, com o auxilio da Equipe de geoprocessamento do Munícipio, está sendo confeccionado um mapa em tamanho maior abrangendo todas as microáreas. Utilizando alfinetes coloridos, serão identificadas situações como: hipertensão, diabetes, gestantes, puericultura, pacientes acamados, obesidade, pacientes que utilizam os serviços do Centro Atenção Psicossociais (CAPS), entre outras. A construção do mapa teve resultados positivos, pois conseguimos visualizar as principais patologias que estão presentes na comunidade e organizamos um planejamento para iniciarmos as atividades com estes pacientes, através de grupos de diabéticos e hipertensos e materiais informativos para a sala de espera da unidade. O MI trouxe a constatação de que é extremamente válido a construção deste instrumento nas ESFs, pois com ele é possível identificar as famílias que residem na comunidade. Auxiliando a equipe e os bolsistas durante os dois anos de programa na elaboração de atividades que são necessárias aos indivíduos. Também podemos citar outro fator relevante, onde o MI traz a possibilidade dos cuidados às pessoas adoecidas, suas situações do cotidiano, além do acompanhamento e atualização constante das mudanças que ocorrem na comunidade/indivíduo pelas ACS.
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