EVOLUÇÃO DE ABCESSO PERIAPICAL AGUDO EM PACIENTE JOVEM – RELATO DE CASO

Julia Gabriela Hergemoller, Camila Klaus, Marcela Corti, Marieli Chitolina Pradebon, Renan de Souza Ferreira, Magda de Sousa Reis

Resumo


INTRODUÇÃO: A cárie é uma doença multifatorial que envolve microorganismos, dieta e tempo. Entre as primeiras complicações advindas da doença cárie estão a perda de estrutura dental e o envolvimento pulpar. O tratamento precoce pode evitar danos maiores sobre os dentes garantindo que exerçam suas funções de maneira mais precisa e completa e possibilitando saúde aos pacientes. No entanto, quando as bactérias avançam sobre a polpa sua reação será de um processo inflamatório em diferentes graus, podendo chegar até sua necrose total. A doença periapical é o resultado das bactérias, seus produtos e a resposta do hospedeiro a eles. A inflamação aguda dos tecidos periapicais são corriqueiras na endodontia, iniciando por um processo inflamatório do ligamento periodontal apical e evoluindo para abcessos periapicais. Clinicamente os cinco sinais cardinais se estabelecem: rubor, tumor, dor, calor e perda de função. O controle do processo é imperativo sob o risco de evolução rápida e comprometimento sistêmico. OBJETIVOS: Relatar um caso clínico da evolução ao tratamento de Abcesso Periapical Agudo em paciente jovem atendida no Projeto de Prevenção em Endodontia. MATERIAIS E MÉTODOS: Realização de atendimento à paciente com extensa lesão cariosa e evolução para abcesso periapical agudo. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O relato de caso refere-se ao atendimento de uma paciente do sexo feminino, 14 anos de idade, encaminhada ao Projeto de Prevenção em Endodontia, com extensa lesão cariosa no dente 36 e início de sintomatologia dolorosa espontânea e mobilidade dental. Após avaliação do caso, os exames apontaram necrose pulpar com imagem radiográfica demonstrando comprometimento dos tecidos peripiacais. Tendo em vista a ampla exposição e contaminação lesão cariosa na cavidade bucal, iniciou-se atividade com adequação de meio: remoção do tecido cariado, limpeza dos canais e uso de medicação prévia para desinfecção dos canais radiculares e selamento provisório da cavidade. Após 7 dias, paciente retornou com relato de aumento da dor, presença de edema gengival vestibular e lingual, caracterizando o abcesso periapical com origem no dente 36. O preparo químico cirúrgico dos canais foi realizado, porém não houve drenagem de exsudato via canal radicular. Após medicação intracanal, o dente recebeu selamento provisório. O edema na mucosa foi esvaziado logo após a incisão. Um dreno foi mantido por 7 dias a fim de manter a contínua ação de drenagem. A paciente recebeu orientação para medicação sistêmica para controle da dor. No retorno da paciente, verificou-se que o edema e mobilidade dentária não estavam mais presentes. O preparo dos canais foi finalizado e o dente recebeu como medicação intracanal a pasta de hidróxido de cálcio (Callen) e selamento com cimento de ionômero de vidro. A obturação dos canais radiculares foi realizada e o dente recebeu o selamento com cimento de ionômero de vidro. CONCLUSÃO: Diante do caso, ressalta-se as consequências da evolução da doença cárie e suas implicações na saúde geral do paciente. A importância de ruptura do ciclo da doença é fundamental para estímulo ao cuidado.

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