APLICAÇÃO DE ENSAIOS ECOTOXICOLÓGICOS E GENOTOXICOLÓGICOS UTILIZANDO DAPHNIA MAGNA E EISENIA ANDREI COMO BIOINDICADORES, EM SOLOS DE CULTIVO DE TABACO ORGÂNICO E CONVENCIONAL, MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ DO SUL, RS, BRASIL
Resumo
Este estudo visa analisar os impactos ambientais, associados aos contaminantes terrestres e aquáticos, provocados pelo cultivo de tabaco convencional e orgânico no interior do estado. Como forma de amenizar os efeitos negativos, novas formas de cultivo estão sendo desenvolvidas, destacando o cultivo orgânico, definido como um sistema de produção que exclui o uso de agrotóxicos, fertilizantes e qualquer tipo de aditivo químico. Entretanto, observam-se algumas discrepâncias como, por exemplo, a utilização do inseticida de origem natural produzido a base de óleo de Nim (Azadiractha indica), classificado como pertencente à classe toxicológica III (medianamente tóxico) pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), tornando necessário, desta forma, uma avaliação mais rigorosa sobre ambos os tipos de cultivos. Para a avaliação de impactos ambientais, ensaios ecotoxicológicos são amplamente utilizados, podendo ser complementados com testes genotoxicológicos, com destaque para o Ensaio Cometa (EC), que diferentemente dos testes ecotoxicológicos, permite avaliar danos no DNA passíveis de reparo. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar as respostas ecotoxicológicas e genotoxicológicas dos solos de cultivo de tabaco convencional e orgânico no Município de Santa Cruz do Sul, RS, utilizando como organismo teste o microcrustáceo Daphnia magna e a minhoca Eisenia andrei. Ainda, analisou-se um solo proveniente de lavoura de tabaco convencional em desuso há um ano, a fim de avaliar a toxicidade após sofrer com as intempéries do tempo. Todavia, no laboratório uma amostra de solo foi contaminada com o inseticida de origem natural produzido a base de óleo de Nim, de forma a aferir sua toxicidade. Para a aplicação de bioensaios, adotaram-se as respectivas normas de toxicidade aguda para cada organismo teste, além do Ensaio Cometa (EC) versão alcalina para ambos. O EC permitiu a obtenção de dois tipos de dados: a Frequência de Dano (FD) e Índice de Dano (ID) no DNA. Em relação ao teste de ecotoxicidade aguda, os resultados indicaram ausência de toxicidade para todas as amostras de solo e para todos os organismos-testes. Contudo, os resultados dos testes de genotoxicidade indicaram, com exceção da amostra de solo convencional em desuso por um ano em E. andrei, efeitos genotóxicos em todas as amostras e em todos os organismos-testes. Esta condição demonstra que tanto a produção orgânica quanto a convencional de tabaco se constituem em potenciais poluentes do meio terrestre e aquático. Dessa forma, estes resultados demostram a importância do uso de testes toxicológicos complementares, destacando o EC como importante ferramenta de avaliação ambiental.
Palavras-chave: impactos ambientas; contaminantes; cultivo de tabaco.
Palavras-chave: impactos ambientas; contaminantes; cultivo de tabaco.
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