PROCESSO REABILITACIONAL PÓS PROTETIZAÇÃO DE MEMBRO SUPERIOR – UMA EXPERIÊNCIA EXITOSA NO SERVIÇO DE REABILITAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL
Resumo
A amputação de membro superior, caracterizada pela remoção cirúrgica ou traumática, de forma parcial ou total do segmento corporal, está entre as principais causas de incapacidade das atividades de vida diária e laboral, sendo considerado ainda, um desafio para equipe multiprofissional que assiste as pessoas amputadas. Inovações em técnicas cirúrgicas e produção de produtos, tecnologias de encaixes e componentes modulares, investimentos no processo do desenvolvimento da funcionalidade no que se refere ao mecanismo das próteses para além da estética, vêm sendo inseridos no mercado. As biônicas e as mioelétricas, atualmente, são as mais completas e eficazes próteses de membro superior, porém a Política de Concessão de órteses, próteses e meios de locomoção do Governo Federal não as dispensam. Desta forma, ficamos restritos às próteses funcionais com mecanismos acionados pelo lado contralateral à amputação. Neste caso, necessita-se um preparo muscular, uma boa coordenação motora e satisfatória adaptação funcional da prótese através do processo reabilitacional do amputado de membro superior. Possibilitar a melhor adaptação e condições de autonomia e independência foram os objetivos que movimentaram a equipe que assiste estas pessoas. Os métodos utilizados se deram a partir da concessão de uma prótese funcional em nível do antebraço esquerdo com acionamento de tiras, com gancho e luva estética para mão, acompanhamento fisioterapêutico para preparação deste processo e dessensibilização do coto, além de atendimentos de Terapia Ocupacional (TO) após a colocação da prótese. O sujeito é usuário do Serviço de Reabilitação Física de Nível Intermediário da Universidade de Santa Cruz do Sul (SRFis/UNISC), do sexo masculino, 38 anos de idade, amputado a nível transradial medial há cinco anos, de forma traumática pela atividade laboral e nunca utilizou prótese. Como resultados, obtivemos diminuição dos movimentos compensatórios do eixo da coluna, utilização das duas mãos para alimentar-se e cozinhar, maior autonomia para realizar sua higiene e os cuidados com a casa, ou seja, uma melhora nas suas atividades de vida diária, bem como uma reeducação postural evitando a progressão da escoliose torácica. Estes aspectos foram percebidos no decorrer do processo de pós-protetização, que se realizou em 10 atendimentos de TO, após a colocação da prótese. Dessa forma, concluímos com essa primeira experiência que os atendimentos físico-funcionais de caráter multiprofissional, associado ao treino individualizado com a prótese, são indispensáveis para a reabilitação dos amputados de membro superior. Ressaltamos ainda que é muito importante considerar o contexto do dia a dia e da realidade do sujeito, para que a prótese proporcione uma melhora em sua qualidade de vida e atue como um facilitador de sua rotina, e não como uma barreira, proporcionando-lhe melhores condições funcionais para o desenvolvimento de suas atividades.
Apontamentos
- Não há apontamentos.