VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Juliara Lucia Petersen, Carolina Oliveira Mott, Carlos Mello Moyano

Resumo



A violência contra mulheres constitui-se como uma das principais formas de desrespeito aos direitos humanos; apesar disso, ela segue vitimando milhares de brasileiras. Estima-se que 38,72% das mulheres em situação de violência sofrem agressões diariamente; já para 33,86%, a agressão é semanal. Esses dados foram divulgados no Balanço dos atendimentos realizados, de janeiro a outubro de 2015, pela Central de Atendimento à Mulher. Diante desse cenário, este trabalho desenvolveu uma pesquisa de marketing que buscou avaliar as atitudes em relação à violência contra a mulher. Trata-se de um trabalho exploratório e descritivo, com análises qualitativas e quantitativas dos dados coletados,através de um questionário, instrumento desenvolvido para viabilizar a presente pesquisa. Foram apresentadas, no questionário, as seguintes perguntas: concordo que as mulheres vítimas de violência devem receber assistência?; eu acredito que fatores como vergonha, humilhação e medo influenciam as mulheres a conviver a violência no diariamente?; eu acho que a violência retrai as mulheres, afastando-as do meio social?. Os dados foram coletados durante o mês de abril de 2016, em Venâncio Aires. Os resultados evidenciaram que 90,57% dos entrevistados concordam que as mulheres vítimas de violência devem receber assistência; além disso, 90% dos entrevistados, homens e mulheres, concordam e julgam necessário o amparo a mulheres vítimas de violência no nosso país. Essa situação é extremamente grave e de difícil entendimento para as pessoas envolvidas em tal abuso, pois muitas das mulheres agredidas sofrem por não encontrarem apoio dentro do seio familiar, o que, em alguns casos, as obriga a conviver com o seu agressor, seja por dependência financeira ou por não terem para onde ir. Muitas mulheres têm grande dificuldade de voltar a se sentir parte do meio social, por sentirem vergonha de ter passado por determinada agressão, apesar de que a vergonha deveria estar no agressor e não na vítima. Para abrigar, apoiar na forma da lei e incluir novamente essas mulheres no convívio social, a justiça brasileira tem por base, desde 2006, a Lei Maria da Penha, que, dia após dia, aprimora-se na defesa das mulheres vitimadas. Atualmente, os resultados indicam que a Lei Maria da Penha fez diminuir em cerca de 10% a taxa de homicídio contra as mulheres dentro das residências, o que implica dizer que essa legislação foi responsável por evitar milhares de casos de violência doméstica no país. Esse número precisa e pode melhorar, mas, para isso acontecer, é necessário envolver diversos fatores, dentre eles a mudança de caráter pessoal, de atitudes e de conscientização dos seres humanos. Enquanto isso não acontecer, devemos seguir contando e confiando no bom senso dos “defensores”, dos órgãos responsáveis pelo cumprimento da lei para defesa das mulheres vítimas de violência no Brasil.


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