PROGRAMA BEM-ME-QUER

Eduarda Correa Lasta, Aline Inêz Tilvitz, Cássia Reckziegel, Betina de Oliveira Tomazi, Daniele Brito de Oliveira, Mircéia Rosecler Schmitt, Karla Gomes Nunes

Resumo


INTRODUÇÃO: Este trabalho relata a aproximação de estudantes do Curso de Psicologia da UNISC com o Programa Bem-Me-quer por meio de um trabalho desenvolvido na disciplina de Políticas Públicas em Saúde, ministrada pela Profa. Dra. Karla Gomes Nunes. O Programa Bem-Me-Quer é um serviço de Atenção Básica da rede SUS do município de Santa Cruz do Sul. Implantado em 29 de abril de 2004, atende mulheres gestantes e recém-nascidos até completarem um ano de idade, considerados de alto risco clínico ou social. Conta com uma equipe composta por duas Técnicas em Enfermagem, uma Enfermeira, uma Assistente Social e uma Nutricionista. OBJETIVOS: O Programa objetiva a redução do índice de mortalidade infantil no Município de Santa Cruz do Sul. Para isso, desenvolve atividades tais como busca ativa de gestantes, acompanhamento de crianças com risco nutricional, visitas domiciliares, acompanhamento do puerpério das gestantes de risco, acompanhamento de internações hospitalares de crianças com menos 1 ano de idade, controle dos resultados dos testes do pezinho e investigação dos óbitos infantis e fetais. METODOLOGIA: Através da demanda trazida pelas gestantes acompanhadas pelo Programa, verificamos a necessidade do fortalecimento do vínculo emocional e físico mais positivo entre mãe e bebê. Wanderley (2011) ressalta que as mães acabam se julgando incapazes quando a criança, por correr algum risco, é delas separada imediatamente após o parto. Muitas vezes, os bebês prematuros ou em risco, quando na incubadora, não correspondem ao bebê idealizado na gravidez, o que pode gerar sofrimento e dificuldades de estabelecer vínculo. Dessa forma, se faz necessário um trabalho de re-conhecimento entre a criança e seus pais. Para isso, nós, enquanto estudantes de Psicologia, desenvolvemos um projeto de intervenção junto ao Programa Bem-Me-Quer, através da transmissão da história da Shantala e suas potencialidades. A Shantala é uma massagem que teve início no Sul da Índia, descoberta na década de 70 pelo médico obstetra Frédérick Leboyer. Para promover esta discussão com as mães, foram elaborados folhetos explicativos referentes a essa técnica de massagem que prima pelo contato mãe-filho. PRINCIPAIS RESULTADOS: Desde que o Programa foi implantado em Santa Cruz do Sul, o Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) teve queda brusca, segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde. Através da proposta da Shantala, verificamos o fortalecimento do vínculo afetivo entre mãe e bebê. CONCLUSÃO: Por fim, constatamos que todo nascimento comporta certo grau de remanejamento psíquico, porém, em um nascimento normal, os momentos de fragilidade são amenizados pela criança que se abre para a vida; já tratando-se de um nascimento prematuro, revela-se uma tempestade psíquica, prejudicando o vínculo da mãe com seu filho. Em virtude disso, salientamos a importância do Programa Bem-Me-Quer, oferecido pelo SUS, que vem colhendo resultados positivos desde sua implementação e que se encontra aberto a melhorias, o que se observa frente à sua abertura para que nós, estudantes de psicologia, pudéssemos conhecê-lo e contribuirmos com discussões pertinentes à nossa área de formação. A aproximação com o Bem-Me-Quer nos possibilitou maior conhecimento sobre o SUS, além de nos implicar com uma reflexão teórica que contribuísse com o Programa e com as famílias atendidas. Portanto, reforçamos que a aproximação mãe-bebê é fundamental e deve ser favorecida, pois o amor é força, ele transforma e também cura.


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