UTILIZAÇÃO DE SIMULADOR EM AULAS DE FÍSICA NO 1° ANO DO ENSINO MÉDIO

Eduardo da Silva Saueressig, Bruno Saldanha Peters, Manoel Feitosa Neto, Cláudia Mendes Mählmann

Resumo


Com o passar dos anos, o avanço na área de tecnologia da informação tem tido um grande crescimento, tanto pela disponibilidade de recursos quanto pela facilitação na realização de processos tradicionais de forma diferenciada. Ainda é pouco comum a utilização de novas tecnologias em escolas da rede pública, não somente pela falta de investimento, mas também pela acomodação do professor e/ou falta de contato deste com essas tecnologias, dentre outros motivos. Por outro lado, algumas disciplinas tornam-se desinteressantes e/ou muito complexas para os alunos, por serem apresentadas apenas a partir de uma abordagem teórica e abstrata. Mas muitas vezes, a falta de infraestrutura da escola ou até mesmo o próprio conteúdo trabalhado tornam-se um empecilho para a elaboração de alguma prática ou dinâmica, por requererem materiais de difícil aquisição ou que ofereçam perigo aos alunos. Seria de grande proveito para os alunos que estes pudessem ter contatos com softwares que, por exemplo, fossem capazes de simular situações que foram trabalhadas em aula, mas que não seriam possíveis de serem trabalhadas em uma atividade prática. Neste sentido, este trabalho objetivou proporcionar aos estudantes acesso a um simulador na busca do melhor entendimento e compreensão do conteúdo teórico. Na Escola Estadual de Ensino Médio Alfredo José Kliemann, foi sugerida pelo professor de física a utilização de um simulador que pudesse apresentar aos alunos os resultados práticos dos conteúdos abordados em sala de aula. Para isso, foi utilizado um software chamado PhET Interactive Simulations, que é um programa disponível para download de forma gratuita. A escola contava com um acervo de 25 netbooks, e a proposta inicial era instalar o software em todas as máquinas, para que, assim, cada aluno pudesse elaborar, com os dados obtidos do simulador, uma situação-problema diferente, e que pudesse, ainda, comparar os resultados obtidos com os apresentados pelo simulador. Porém foi possível instalar o programa em apenas 14 máquinas, devido ao tempo disponível para a instalação, o que fez com que os alunos tivessem que trabalhar em grupos de até três integrantes. Foi utilizado o simulador de lançamento de projéteis para se analisar o movimento em duas dimensões. Primeiramente, foi apresentado o software e suas ferramentas para os alunos e se pediu que estes fizessem várias simulações, experimentando diferentes ângulos, velocidades de lançamento e projéteis e que analisassem o que ocorreria em cada caso. Posteriormente, foi pedido que estes escolhessem um dos casos e fizessem os cálculos para comprovar os resultados obtidos no simulador. Foi solicitado que a atividade desenvolvida fosse entregue como forma de avaliação. A princípio, a atividade foi realizada com duas turmas de 1º Ano do Ensino Médio, mas se pretende continuar e oferecer a atividade para as demais turmas. Os resultados mostraram-se satisfatórios, tanto pelo envolvimento dos alunos ao tentar relacionar velocidade de lançamento, ângulo, altura máxima, alcance horizontal, tempo de queda, entre outros fatores envolvidos, quanto pelo contato que estes tiveram com materiais que raramente poderiam estar sendo utilizados em sala de aula. Este tipo de atividade não deve se restringir somente às aulas de física, mas deve ser amplamente explorada pelas demais disciplinas, na busca de quebrar o paradigma de aulas mecanicistas, tentando tirar o aluno da comodidade de receber tudo pronto, e fazendo-o interagir cada vez mais com as atividades propostas pelo professor.


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