EDUCAÇÃO E PSICOLOGIA JUNGUIANA: ENCONTROS SIMBÓLICOS ENTRE PROFESSORES E ALUNOS NA ESCOLA

Leandro Alberto Machado, Ana Luisa Teixeira de Menezes

Resumo


Nesse trabalho, relatamos nossas experiências organizadas em palestras e rodas de conversas, em algumas escolas estaduais do município de Sobradinho. Há uma demanda por parte das equipes diretivas e dos professores, em seus momentos de formação continuada, para a valorização do ser humano, tanto para o desenvolvimento pessoal, como para estratégias de trabalhos em sala de aula. Para isso, trabalhamos com reflexões de temáticas trazidas pelos próprios professores, através de rodas de conversa. Buscamos a integração de saberes, a interdisciplinaridade entre as atividades de estágio, os aprofundamentos teóricos do curso de extensão denominado Estudos Junguianos, e as demandas da comunidade escolar. A Psicologia Analítica Junguiana é uma abordagem que dá a sustentação teórica para que encontremos o humano em sua integralidade num diálogo com o campo da educação. Nessa época de adoecedora pasteurização do humano, Carl Gustave Jung aponta para a individuação e o encontro com o Si-mesmo como caminhos de construção de sentidos de uma vida com significado. E, consideramos que a escola é um dos espaços educativos e geradores de potência vital, ao relacionar a Psicologia Analítica Junguiana ao cotidiano da escola, abre-se um campo de estudo, que tem se caracterizado como potente em novas construções de sentido para os educadores nas escolas, em que estamos atuando. Um dos aspectos que temos trabalhado são as questões do inconsciente e o quanto estas terminam influenciando as relações educativas, emergindo nas salas de sala de forma conflitante. Durante as palestras e rodas de conversas, sempre surge algum material que ajuda a perceber sobre os conteúdos inconscientes que possam estar, interferindo na aprendizagem de forma dissociativa. Os encontros acontecem nas formações continuadas, com uma média de 20 a 30 professores. Estes relatam que a atividade profissional vem perdendo o significado e as relações apresentam-se conflitivas, no sentido mais destrutivo e pouco saudável. No decorrer dos encontros refletimos sobre as dificuldades vividas pelos professores na sala de aula, no qual educadores e alunos vão projetando as construções inconscientes. Um dos exemplos das projeções mencionadas é quando o professor é tomado pelo arquétipo do mestre. Nesse sentido, ele perde a potencialidade do aprendiz e se distancia de uma educação dialógica. Os professores vão relatando que não se encontram com seus alunos, bloqueando aprendizagens e vão se dando conta do quanto poderiam potencializar esse espaço escolar. Outra questão que sempre está presente nessas formações é a uma busca de entendimento do papel da espiritualidade na saúde. Jung, em sua teoria, coloca esse quadrante como essencial na constituição do ser humano que transcende tudo o que é racional. Por isso que o autor valoriza as imagens, linguagem primordial do inconsciente. O trabalho vem trazendo bom resultados nessa integração da universidade com a comunidade, conforme é a proposta da extensão, e agora, ampliando para o estágio integrado I e II através do LAPS ( Laboratório de Práticas Sociais ) da UNISC. Na nova etapa, iremos trabalhar com grupos de professores e alunos, numa perspectiva de aprofundamento da Psicologia Analítica Junguiana, produzindo reflexões que gerem significados vivos e simbólicos na vivencia educativa escolar.

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