CONVERSANDO SOBRE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS - RELATO DE EXPERIÊNCIA

Resumo

Em face ao crescente número de pessoas contaminadas por Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), há uma necessidade crescente de reforçar a informação acerca desse tema junto à comunidade, especialmente entre a população jovem, que está iniciando ou prestes a iniciar a atividade sexual. Ciente disso, no dia 01/06/2016, membros da Liga Acadêmica de Infectologia da UNISC desenvolveram uma ação com foco na divulgação de informações sobre as ISTs e sua prevenção. A ação contemplou 68 alunos de turmas entre 6º e 9º anos do Ensino Fundamental da Escola Municipal de Ensino Fundamental Pantano Grande, no município de Pantano Grande. Na ocasião, os alunos assistiram a apresentações de slides abordando as principais ISTs e a importância de sua prevenção, bem como noções sobre sistema reprodutor e sexualidade. Além disso, dinâmicas foram realizadas, nas quais as dúvidas dos alunos foram respondidas. O objetivo é orientar os alunos sobre as principais ISTs, suas manifestações e formas de prevenção, além de esclarecer dúvidas frequentes sobre sexualidade. Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência. Ao longo de duas semanas os alunos da escola puderam escrever anonimamente suas dúvidas envolvendo ISTs e sua prevenção, anticoncepção, uso de preservativo, sexualidade entre outros assuntos. Com base nelas, foram elaboradas pelos membros da Liga as apresentações e dinâmicas que foram realizadas com os alunos. Uma das apresentações buscou elucidar as dúvidas a respeito do sistema reprodutor feminino e masculino e a sexualidade. A atividade seguinte trouxe informações sobre as ISTs mais prevalentes, suas etiologias e apresentações clínicas, além do impacto que podem provocar na qualidade de vida e nas relações sociais. Uma vez que o uso do preservativo é a principal forma de prevenção contra as ISTs, a importância do seu uso foi reforçada durante a apresentação. Os alunos receberam preservativos masculinos e femininos, aprenderam como usá-los corretamente e puderam praticar sua colocação e retirada em modelos anatômicos de pênis e vagina. Além das apresentações, foram ministradas duas dinâmicas, cujo enfoque foi a forma correta de agir frente a situações de risco para exposição a ISTs. A primeira delas, baseada em situações que os alunos poderiam enfrentar com um parceiro, desafiava-os a reagir de forma coerente com o que aprenderam sobre a importância de insistir na prevenção dessas doenças. Na segunda dinâmica, alunos voluntários receberam papéis contendo apenas uma forma geométrica, a qual poderia ser um quadrado, um círculo ou um triângulo, sendo que elas representariam, respectivamente, sífilis, saúde plena e HIV, sem saber, contudo, o significado das formas. Ao som de uma música, os alunos dançaram e trocaram as formas entre si a cada pausa da música. Ao final, foram informados de que cada pausa representava uma relação sexual sem proteção e qual o significado de cada forma geométrica. Diante das perguntas enviadas pelos alunos da escola, foi notável – pela simplicidade e inocência delas – o pouco contato com assuntos relacionados à sexualidade e ISTs. Durante as atividades, houve um crescente engajamento dos alunos, demonstrando interesse pelos assuntos abordados, ao mesmo tempo em que se sentiram mais confortáveis para questionar e trocar experiências entre si, algo que é fulcral para construção do conhecimento e passo inicial para conscientização da prevenção de ISTs.