PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA VIOLÊNCIA NOTIFICADA NO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ DO SUL/RS, SEGUNDO DADOS DO SINAN*

Júlia Wernz Roos, Jackson Caldas Wittmann, Bruno Furini Puton, Thairine Karina Schiefelbein, Felipe Barbosa Busnello, Natália Rocha de Morais, Raquel Emmel Lopes, Simone Werlang, Luciana Ruschel de Alcântara, Ana Zoé Schilling

Resumo


A violência é uma realidade crescente nos últimos anos, acarretando problemas de ordem pública e social, pois afeta todas as classes econômicas e sociais, idades, sexos e atinge locais variados. Este tipo de análise torna-se importante para subsidiar o desenvolvimento de ações de intervenção precoce pela rede de saúde, bem como a garantia dos direitos das vítimas. A análise da série histórica da violência no município de Santa Cruz do Sul, a partir de dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), traçou o perfil epidemiológico da violência notificada da cidade. Destacam-se as faixas etárias mais atingidas, bem como os sexos, tipo de violência e os locais com maior ocorrência de casos. Assim, objetiva-se caracterizar a ocorrência da violência dos casos notificados no SINAN, em munícipes, no período de 2011 a 2016. Para isso, foi realizado um estudo descritivo, a partir do banco de dados do SINAN, analisando-se dados específicos contidos na Ficha de Notificação da Violência Interpessoal e Autoprovocada. Os dados preliminares aqui apresentados indicam, até então, um total de 1.734 casos de notificação compulsória de vítimas de violência, com predomínio significativo de mulheres (76%), ou seja, 1.333 casos, contrapondo a, apenas, 401 homens. Dentre as faixas etárias mais atingidas, a grande maioria (67,1%) encontra-se entre os 20 e 59 anos, seguidos dos 10 aos 19 anos, que representam 20,6% dos casos. Chamam a atenção os locais de ocorrência, sendo a residência das vítimas o local mais comum (67,3%). Destacam-se, também, os tipos de violências mais praticadas, como a física (36,1%) e a psicológica/moral (31,2%), a autoprovocada, contempla, dentre elas, o suicídio e a tentativa de suicídio, apresentando valores totais de 291 vítimas, o que representa 7,6% do total de casos. Os achados apresentados revelam que as principais vítimas da violência no município são mulheres na faixa etária produtiva, violentadas fisicamente dentro de suas casas, sendo o provável autor de agressão uma pessoa de seu convívio íntimo. É importante destacar que os resultados aqui encontrados refletem, em parte, a realidade de Santa Cruz do Sul, ressaltando-se que a situação de subnotificação dos casos de violência ainda é um problema a ser enfrentado no município, onde as equipes de saúde vêm sendo incentivadas a notificar e a contribuir para maior divulgação de informações. A partir dessa análise, percebemos a importância do conhecimento do perfil epidemiológico da violência para subsidiar a elaboração de políticas integrativas que promovam a saúde e a qualidade de vida na nossa região.


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