HÁBITOS DE HIGIENE BUCAL DE CRIANÇAS NO PERÍODO DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR

Vanessa Hunemeier, Suziane Maria Marques Raupp

Resumo


Durante o período de internação hospitalar os pacientes comumente apresentam higiene bucal inadequada, o que facilita a colonização de patógenos associados às infecções respiratórias na região orofaríngea. O biofilme dental pode ser colonizado por patógenos respiratórios que tendem a migrar para outros sítios, causando infecções. Desta forma, o aprimoramento das técnicas de higiene bucal permite a redução do biofilme dental e, consequentemente, dos microrganismos patogênicos. Estudos indicam que quando o protocolo de cuidados com a higiene bucal é seguido, efetivamente, resulta em bem-estar ao paciente com redução dos nichos para microrganismos, permitindo a reconstituição da saúde bucal e, dessa forma, sistêmica. O paciente pediátrico, quando hospitalizado, é submetido à nova rotina, estresse, dieta diferenciada, incluindo a incapacidade de realizar suas atividades diárias, sendo indispensável o monitoramento e desempenho da higiene bucal pela equipe hospitalar, que deve estar preparada para realização deste procedimento de forma adequada, conferindo-o bem-estar e podendo reduzir o tempo de internação no hospital. Este trabalho objetiva averiguar as práticas de higiene bucal realizadas no Hospital Santa Cruz em pacientes pediátricos, durante o período de internação hospitalar, além de orientar os responsáveis pelos pacientes sobre métodos de escovação e bochechos com soluções durante o período de permanência em ambiente hospitalar. Na literatura não há concordância sobre o protocolo ideal para higiene bucal em pacientes críticos. É necessária a realização de mais estudos que defendam a prática de higiene bucal durante esse período, visto que existe um número reduzido de pesquisas em pacientes pediátricos. A pesquisa consiste em um estudo observacional transversal analítico, sendo que através do cálculo estatístico, o questionário será aplicado em 289 crianças, entre 0 e 12 anos incompletos, que estejam internadas através do Sistema Único de Saúde acompanhadas dos responsáveis. Analisando os resultados parciais da pesquisa, observou-se que 47,7% dos responsáveis afirmam não praticar higiene bucal no intervalo de tempo em que as crianças estiveram internadas, comprovando a importância da presença do Cirurgião-dentista no ambiente hospitalar, o qual influencia na concretização do conceito da saúde integral e promoção de saúde. O profissional da área odontológica que realiza atendimento hospitalar deve ter conhecimento da situação sistêmica dos pacientes para intervir de forma a prevenir a ocorrência ou o agravamento de complicações sistêmicas dos pacientes.

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