ALTERAÇÕES PULPARES E PERIAPICAIS – DESMISTIFICANDO O DIAGNÓSTICO

Carolina Araújo Barcelos, Camila Klaus, Tainá Tolotti, Magda de Souza Reis

Resumo


A polpa dental formada por tecido conjuntivo, diante de um fator agressor (físico, químico ou biológico), responde através de reações de defesa, que podem ser inflamatórias ou degenerativas. A presença dessas reações depende do tipo, da frequência e da intensidade do agente irritante. Se o agente agressor não for removido, a polpa alterada ficará calcificada ou necrosada. Quando uma alteração pulpar está presente e não é tratada, poderá evoluir para a necrose pulpar. O processo de necrose pulpar é oriundo da finalização os processos metabólicos da polpa. Caso não seja removida, a decomposição tecidual e a presença dos produtos tóxicos bacterianos agridem os tecidos do ligamento periodontal apical dando início às alterações periapicais. O diagnóstico dessas alterações pulpares e periapicais são de complexa resolução, porém de suma importância no dia a dia de atuação clínica. Muitos estudantes, em diferentes níveis de formação e até mesmo profissionais, apresentam limitações e dificuldades na definição diagnóstica de alterações pulpares e periapicais e consequentemente na proposição dos protocolos de tratamento. Assim, o objetivo deste trabalho foi elaborar um quadro com dados oriundos das informações obtidas no exame clínico e na aplicação de recursos semiotécnicos que facilitem o diagnóstico e o tratamento das doenças da polpa e periápice. Em seguida, através de revisão bibliográfica reuniu-se os elementos que comumente caracterizam as pulpites agudas, crônicas, necrose pulpar, alterações periapicais (agudas e crônicas) como a pericementite e o abcesso, construindo um quadro comparativo entre elas. Os apontamentos estão relacionados ao tipo de tratamento (local ou sistêmico); características clínicas da dor (natureza, intensidade, frequência, localização e qualidade); características radiográficas, resposta aos testes de vitalidade pulpar, percussão (vertical e horizontal), palpação apical, aspecto da coroa (coloração) e evolução do quadro clínico. No caso dos abcessos agudos estão incluídas ainda a avaliação e localização do edema (presente ou ausente) além da mobilidade dentária, dependendo do grau de envolvimento dos tecidos. Acredita-se que a facilidade de manuseio do quadro e a exposição frequente às características comuns de cada uma das doenças pulpares e periapicais auxiliarão os estudantes e futuros profissionais para o diagnóstico diferencial, bem como facilitarão sua compreensão e aprendizado. Ao propor novas formas de apresentação do tema diagnóstico em endodontia para uso durante as atividades práticas com atendimento a pacientes, todos os envolvidos no processo são beneficiados.


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