SUBSTRATOS ALTERNATIVOS PARA O CULTIVO DO COGUMELO COMESTÍVEL OSTRA SALMÃO: PLEUROTUS OSTREATOROSEUS SINGER, SANTA CRUZ DO SUL, RS, BRASIL
Resumo
No cultivo de Pleurotus utiliza-se grande variedade de resíduos agrícolas, como palhas, gramíneas, serragens, bagaço de cana-de-açúcar, entre outros de natureza orgânica. O desenvolvimento rápido do fungo comestível deve-se a produção de uma série de enzimas lignocelulases, que degradam facilmente a lignina e a celulose da madeira, assim como de outros substratos vegetais utilizados para o seu cultivo. A busca por substratos alternativos cresceu nos últimos anos em virtude da disponibilidade de resíduos pouco ou nunca utilizados na produção de cogumelos comestíveis, neste sentido o presente estudo teve como objetivo testar a colonização de substratos alternativos sendo eles: Substrato I (grama – Axonopus sp.) e Substrato II (grama mais serragem de Eucalyptus sp) para a produção de Pleurotus ostreatoroseus. O Substrato II foi preparado na proporção 4:1, já o Substrato I foi composto somente de grama. Os substratos após pesagem e homogeneização foram acondicionados em sacos de polietileno e autoclavados por 121 ± 2 ºC, durante 15 minutos para esterilização e posterior inoculação das matrizes. Após a inoculação parte foi mantida em estufa 25 ± 2 ºC e outra parte em temperatura ambiente até a completa colonização do substrato. A umidade do substrato foi mantida em 70%, borrifando-se água destilada-deionizada. Foram realizados 9 testes no total. Com o substrato I (grama), foram realizados os seguintes testes: Teste 1, no qual obteve-se apenas crescimento micelial com 55 dias de cultivo; Teste 6, Teste 7 e Teste 8 não foram observados crescimento micelial, tendo transcorridos 39, 25 e 15 dias de cultivo respectivamente. Dessa forma, o Substrato I mostrou-se ineficiente para a produção de Pleurotus ostreatoroseus. Portanto, faz-se necessária uma suplementação com outros substratos para garantir o fornecimento de carbono e nitrogênio adequados ao crescimento e desenvolvimento do cogumelo testado. O Substrato II (grama mais serragem de eucalipto) apresentou melhores resultados, mesmo com uma variação na velocidade de colonização, indução de primórdios e crescimento do cogumelo. A colonização total do substrato iniciou entre 5º e 18º e finalizou entre 12º e 54º dia, desenvolvendo o início da formação dos primórdios entre 3 a 13 dias. Foi possível realizar a colheita de cogumelo de 2 a 3 vezes no Substrato II. Observou-se na literatura uma aparente facilidade e rusticidade da produção de Pleurotus ostreatoroseus. Contudo, é importante salientar que o uso de tecnologia básica para controlar a temperatura, umidade do ar e a umidade do substrato são fundamentais para garantir uma produção de qualidade. A esterilização do substrato é outro processo importante, pois evita a contaminação por fungos competidores.
Palavras-chave: Pleurotus ostreatoroseus; Substratos alternativos; Eucalyptus sp; Axonopus sp.
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