DIVERSIDADE DE COGUMELOS COMESTÍVEIS PRESENTES EM MATA DE PINUS SP. E EUCALIPTUS SP., PANTANO GRANDE, RS, BRASIL

Adriana Düpont, Leoni Glaci Steil, Elisa Regina Rabuske, Marisa Terezinha Lopes Putzke

Resumo


As extensas matas “exóticas, temporária ou deserto verde”, introduzidas na região sul do Brasil, são utilizadas principalmente pela indústria madeireira com fins econômicos. Estas matas abrigam uma grande diversidade de fungos macroscópicos associadas tanto ao gênero Pinus como Eucaliptus. Esta vegetação constitui um ambiente favorável e com substratos para o desenvolvimento de diversas espécies de fungos exóticos e nativos. Os fungos são decompositores e exercem funções importantes para as florestas, decompondo os detritos vegetal bem como animal. Por esta razão, objetivou- se realizar o levantamento destacando os organismos presentes em mata de Pinus sp. e Eucaliptus sp, ampliando assim o conhecimento sobre a ocorrência dos cogumelos comestíveis que ocorrem no município de Pantano Grande, RS. A área de Pinus sp. possui aproximadamente 15 anos, e a de Eucaliptus sp, com 21 anos, já passou pelo terceiro processo de corte para a comercialização. As coletas dos cogumelos foram realizadas através de caminhadas no período de março a junho de 2017, totalizando três saídas de campo.  Os espécimes foram acondicionados nas embalagens de papel e posteriormente identificados no laboratório de Botânica na Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC. Foram identificados 19 gêneros, dentre esses 8 são considerados cogumelos comestíveis: Laccaria sp., Lactarius sp., Suillus sp., Russula sp., Auricularia sp., Gymnopilus sp., Lentinus sp. e Lepista sp. Além destes, foram identificados 12 gêneros não-comestíveis: Macrolepiota sp., Amanita sp., Geastrum sp., Marasmius sp., Lycoperdon sp., Russula sp. Cymatoderma sp., Lanternea sp., Pycnoporus sp., Ramaria sp., Cyathus sp.e Tremella sp. Cabe destacar que o gênero Suillus se mostrou adaptado ao ambiente e associado com Pinus, sendo representado com duas espécies: S. lateus e S. granulatus. As coletas nas duas áreas demonstram a importância deste habitat para estes organismos. Sabe-se pouco sobre os cogumelos comestíveis que se desenvolvem nestes ecossistemas exóticos e muitos formam associações micorrizicas com Pinus e Eucaliptus. Os fungos ectomicorrizicos podem ter sido introduzidos através das sementes ou substratos, a partir da inserção da monocultura das espécies no país, além disso, os esporos poderiam estar no meio ambiente, trazidos através das correntes de ar ao longo do tempo, assim como pela inserção dos vegetais, proporcionando, portanto, um ambiente favorável para o desenvolvimento destes fungos. A monocultura das espécies exóticas ou temporária possui grande potencial para explorar os cogumelos comestíveis, que ainda são pouco utilizados na culinária brasileira. Além disso, o levantamento serve de base introdutória, sendo necessário mais estudos nesta área, pois os cogumelos comestíveis ainda são pouco conhecidos, para município de Pantano Grande, na região da Depressão Central no Rio Grande do Sul.

Palavras-chave: Cogumelos comestíveis; Pinus sp., Eucaliptus sp.

 

 

 

 


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