FATORES PARA A ESCOLHA DO CUIDADOR: UMA REVISÃO LITERÁRIA E O ACOMPANHAMENTO ATRAVÉS DA PRÁTICA DE ESTÁGIO INTEGRADO EM PSICOLOGIA NO SERVIÇO DE REABILITAÇÃO FÍSICA DA UNISC

Patrícia Willig Mór, Andreia Madalena de Jesus, Marcus Vinicius Castro Witczak

Resumo


O presente trabalho é resultado de uma intervenção realizada a partir da experiência prática de Estágio Integrado em Psicologia no Serviço de Reabilitação Física na Universidade de Santa Cruz do Sul. O objetivo principal é a determinação de quais fatores são intervenientes na escolha do cuidador familiar. Desenvolvemos então esta temática tendo como referência usuários do serviço atendidos por estas estagiárias. Há carência de estudos que olhem como os cuidadores modificam suas vidas a fim de proporcionar o cuidado de forma integral. O cuidador se torna parte fundamental na constituição desse sujeito, dedicando sua própria vida a uma jornada intensiva de cuidados. Pensando em sua importância e o quanto é frequente encontrar no SRFis estes sujeitos, o presente trabalho desenvolverá uma discussão entre prática e teoria buscando visibilizar os cuidadores familiares. Para isso, a metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica referencial para nortear o entendimento dos diversos assuntos que evolvem a temática do cuidado. Primeiramente, partiu-se do conceito de dependência para refletir sobre os sujeitos que necessitam de cuidado e, posteriormente, conceituar o ato de cuidar. Em sequência, se definiram, a partir da literatura, quais os passos que devem ser dados para que seja feita a escolha de quem será o cuidador. Por último, há uma tentativa de elencar a prática da equipe de profissionais no que diz respeito ao manejo com seus pacientes e à relação com seus cuidadores, para que se possa pensar a visibilidade destes sujeitos. Como ponto de partida, considera-se que, para que o cuidado exista, haja um cuidador. A tarefa de escolhê-lo é difícil, sendo diversos os fatores que influenciam em sua identificação e abrange questões normalmente referentes à dinâmica familiar. O grau de parentesco, gênero e proximidade, tanto física quanto afetiva, são questões relevantes para determinar quem exercerá o papel de cuidar. Estes fatores fazem com que, normalmente, o eleito seja um familiar. Existem muitas questões intervenientes permeando o tema do cuidado e, principalmente, do cuidador. Entendemos que ali exista um sujeito que dedica sua vida a cuidar de outro, muitas vezes sendo indispensável à sobrevivência deste. No entanto, esquece-se que normalmente não há somente uma pessoa envolvida no cuidado, mas sim uma rede de atenção que se volta ao sujeito que necessita diariamente de suporte e auxílio. Há um sofrimento psíquico muito presente neste cotidiano de cuidados. Ali existe um sujeito que dedica inteiramente sua vida a outro, deixando de lado suas questões, bem como sua vida pessoal, financeira e social. O que se pode concluir é que essa rotina intensa traz consigo um grande desgaste físico e emocional nos cuidadores. Estes sujeitos acabam por deixar de lado suas dores, suas vontades, seus sonhos com a finalidade de se dedicar inteiramente àquele que depende de atenção. Assim, nos atendimentos psicológicos com as estagiárias, encontram o espaço para desabafar sobre esses sentimentos. Portanto, o que se pode perceber é o quanto estes indivíduos necessitam de um olhar e atenção, tendo em vista que estão mergulhados em uma rotina que exige constantemente esforços e sua dedicação.  


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