INSTITUCIONALIZAÇÃO DE IDOSOS: PENSANDO SOBRE SEUS VÍNCULOS
Resumo
O envelhecimento rápido e progressivo da população, fenômeno pelo qual grande parte dos países vêm passando, traz algumas preocupações, principalmente, em relação à saúde e aos cuidados com os longevos. O processo de envelhecimento, mesmo quando ocorre de forma saudável, frequentemente, acarreta em perdas de algumas capacidades funcionais, o que provoca comprometimentos na autonomia e na independência da pessoa idosa, gerando uma demanda de cuidados e atenção. Aspectos como a inversão da pirâmide etária, transição populacional, mudanças nas configurações familiares e a saída das mulheres (tradicionais cuidadoras) para o mercado de trabalho contribuíram significativamente para que o cuidado com o idoso passasse a acontecer cada vez mais em outros espaços que não o seio da família. As instituições de longa permanência para idosos (ILPI), popularmente conhecidas como asilos, surgem para dar conta de necessidades produzidas pela sociedade e são uma alternativa para as famílias que, por algum motivo, não podem, não conseguem, ou não desejam exercer o cuidado com o seu idoso. Tendo em vista tais questões, esta pesquisa, que é um trabalho de conclusão de curso de Psicologia, busca compreender como se dá o processo de institucionalização dos idosos para as famílias que optam por esta opção de cuidado. Também se propõe a conhecer as motivações que levaram à institucionalização do idoso, identificar quais foram os sentimentos da família ao fazê-lo e investigar se há manutenção do vínculo entre a família e o idoso institucionalizado. A pesquisa é qualitativa, do tipo exploratória descritiva. Os sujeitos serão familiares de idosos institucionalizados e a coleta de dados será realizada através de entrevista semiestruturada. Como a pesquisa está em andamento e ainda não há dados primários, serão apresentados dados secundários que contribuíram para a estruturação do objeto de pesquisa e que contribuem para reflexões acerca da temática. Conforme informações fornecidas pelo Conselho Municipal do Idoso de Santa Cruz do Sul, referentes ao mês de abril de 2017, havia 28 ILPI’s privadas no município, sendo que uma delas está operando de forma ilegal. Nestas 28 ILPI’s estão institucionalizadas 448 pessoas, sendo 403 idosas (pessoas com mais de 60 anos). Se comparado aos números do ano de 2013, quando havia 17 ILPI’s privadas, que abrigavam 276 pessoas, percebe-se que houve um aumento de 11 instituições em um período de 3 anos, bem como 172 pessoas a mais institucionalizadas. Tendo em vista este número crescente de ILPI’s e de idosos institucionalizados no município, pode-se pensar o quanto esta prática tem se popularizado e se tornado mais frequente, enfatizando a importância de estudos sobre o processo de institucionalização. Espitia e Martins (2006) apontam que ao envelhecer, os sentimentos em relação à família se intensificam e o sujeito passa a precisar de mais atenção e afeto, de forma que estes vínculos tornam-se fundamentais para o equilíbrio emocional do idoso. Pensando nisso, e na constatação de Vieira et. al. (2016) que dizem que a institucionalização do idoso apresenta-se como fator de risco para o rompimento de vínculos afetivos, entende-se como importante verificar o que acontece com os vínculos familiares dos idosos institucionalizados e como a família lida com esta situação.
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