A MÚSICA COMO INSTRUMENTO DE APRENDIZAGEM NAS AULAS DE HISTÓRIA

Rafaela Limberger, Olgário Paulo Vogt

Resumo


O trabalho foi realizado a partir de estudos e da minha participação na docência assistida como bolsista do PIBID/UNISC na Universidade de Santa Cruz do Sul no subprojeto de História. Durante o primeiro semestre de 2017, o objeto proposto neste trabalho foi aplicado junto à turma do 5° ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental José Ferrugem. Ao ter contato com a realidade das escolas, percebendo que os discentes possuem um conhecimento nato, que possuem diferentes realidades sociais e que a forma de se chegar ao entendimento dos conteúdos propostos é diferente para cada um dos alunos, faz-se imprescindível uma ponderação teórica e metodológica sobre a abordagem de conteúdos históricos em sala de aula, bem como o uso de ferramentas e formas transversais de trabalhar os assuntos propostos. Com o uso destes recursos, procura-se incentivar o pensamento crítico dos estudantes no que se refere aos processos históricos.  Desta forma, ao trabalhar o conteúdo do Descobrimento do Brasil em sala de aula, foi utilizado como estratégia de mobilização o uso da música Não foi Cabral, de autoria de Mc Carol. A mobilização foi feita com a análise da letra e a apreciação da música pela turma. Optei por trabalhar com esta dinâmica em sala de aula por se tratar de uma forma atrativa de ensino e, ao mesmo tempo, chamar a atenção dos alunos para a problematização do uso do conceito de “descobrimento”, geralmente abordada de forma equivocada nos livros didáticos. A letra da música, além dessa problematização, aborda algumas informações referentes à chegada dos europeus bem como a questão do genocídio sofrido pelos índios, “Nada contra ti / Não me leve a mal / Quem descobriu o Brasil / Não foi Cabral / Pedro Álvares Cabral / Chegou 22 de abril / Depois colonizou / Chamando de Pau-Brasil / Ninguém trouxe família / Muito menos filho / Porque já sabia / Que ia matar vários índios”.  Ao aplicar essa música como forma de mobilização do conteúdo, foi possível perceber como se faz necessária a comunicação do docente com os estudantes, bem como estar em contato com a sua realidade para que, desta forma, possa haver o uso correto das ferramentas de conhecimento. Por fim, concluo que a realização dessa atividade em sala de aula foi recebida com sucesso pela turma e proporcionou um debate rico sobre a problematização da conquista do Brasil, e a compreensão da diferença entre os conceitos de “descobrimento” e “conquista” e como se deu o encontro entre povos de culturas distintas, desmistificando a ideia de que o contato fora algo pacífico ou benéfico para os diferentes grupos indígenas que aqui viviam.


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