PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NA ATENÇÃO BÁSICA: QUAL O CONHECIMENTO, ACEITAÇÃO E INTERESSE DOS USUÁRIOS DE UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DO RS?

Taiane dos Santos, Chana de Medeiros da Silva, Lia Gonçalves Possuelo, Lisoni Muller Morsch

Resumo


O uso de práticas complementares como recurso terapêutico de saúde sempre esteve presente, desde tempos remotos, acompanhado dos saberes tradicionais transmitidos de geração a geração. Atualmente, é reconhecida a sua contribuição na melhora da qualidade de vida da população, atuando de forma complementar, preventiva e também curativa em determinadas manifestações clínicas. A OMS sempre demonstrou importância no uso destas práticas. O Brasil, movido pelas diversas ações e pelo que preconiza a OMS, cria então em 2006 a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), que inclui as práticas de Homeopatia, Fitoterapia, Medicina Antroposófica, Acupuntura e Termalismo Social em sua política para o SUS, através da portaria nº 971. Em março de 2017, é aprovada a portaria n° 849, que inclui mais 14 práticas. E, em março de 2018, é criada a portaria n° 702, que adiciona mais 10 práticas à PNPIC, totalizando 29 práticas reconhecidas e preconizadas pelo SUS. O objetivo do estudo foi identificar qual o conhecimento, aceitação e interesse dos usuários do SUS pelas PICs no município de Santa Cruz do Sul, RS. A coleta de dados ocorreu no período de março a maio/18 e participaram da pesquisa usuários de 18 Estratégias Saúde da Família e 2 Unidades Básicas de Saúde, totalizando 274 questionários respondidos. O menor número de usuários entrevistados nos locais do estudo, foi de 3 (1,1%) e o maior foi de 33 (12%), apresentando média de 13,7 (DP 8,17). Do total de entrevistados, 233 (85%) já ouviram falar sobre as PICs e 111 usuários (40,5%) já as utilizaram em algum momento; 261 (95,3%) acreditam que as PICs possam contribuir com o atendimento dos serviços; 264 (96,4%) reconhecem as PICs como práticas de prevenção e promoção da saúde; 255 (93,1%) tiveram interesse na implementação destas práticas no SUS. Também foi verificado que dentre os problemas de saúde que mais ocorrem entre os usuários foi a dor e a prática de maior interesse dos usuários foi a acupuntura, seguida da homeopatia e da fitoterapia, que mostram ser eficazes ao tratar os problemas de saúde relatados pelos usuários. A associação entre as variáveis conhecer e utilizar as PICs; conhecer e ter interesse na implementação das PICs no SUS foi significativa (p<0,05). Estes resultados permitem concluir que muitos desejam que estas práticas sejam implementadas no SUS, tornando-se fundamental o interesse e planejamento da gestão pública na inclusão destas práticas nos serviços de saúde do município, com intuito de promover e prevenir a saúde da população.

Palavras Chave: Terapias Complementares; Políticas Públicas de Saúde; Sistema Único de Saúde.

 


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