PROGRAMAS MINISTERIAIS NA FORMAÇÃO ACADÊMICA DE GRADUANDOS DOS CURSOS DA SAÚDE

Bruna Rezende Martins, Caroline Bertelli, Lia Gonçalves Possuelo

Resumo


O Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (PRÓ-SAÚDE) tem como intuito modificar a formação, através de eixos distintos, de acordo com os desejos das instituições de ensino superior (IES). As IES preveem também integração com a comunidade, bem como com o serviço público de saúde, para que juntos produzam respostas para as necessidades da população brasileira. Assim como o PRÓ-SAÚDE, o Programa de Educação pelo Trabalho (PET-SAÚDE) foi criado pelos ministérios do Trabalho e da Educação, e é responsável por inserir o graduando prematuramente na rede de atenção básica, a fim de preparar e formar profissionais com capacidade para atender as demandas advindas dos usuários, realizando um atendimento de âmbito biopsicossocial, inter e multidisciplinar. Ambos projetos são direcionados para a construção e fortalecimento do Sistema Único de Saúde. Objetiva-se ressaltar a importância de programas ministeriais como o PRÓ-SAÚDE e PET-SAÚDE para o fortalecimento e ampliação da visão holística, desfragmentada e integral dos estudantes da área da saúde. Estudo de cunho qualitativo e descritivo sobre a perspectiva de egressos da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) que participaram do PET-SAÚDE e do PRÓ-SAÚDE sobre os benefícios desses projetos e se os conhecimentos adquiridos serviram como base para o direcionamento dos graduandos para sua escolha profissional. Os ex-bolsistas foram contatados via rede social Facebook, e, mediante a aceitação do termo de consentimento livre e esclarecido, os participantes recebiam um questionário online que foi usado para a posterior análise dos dados. No total foram identificados 112 egressos da UNISC que haviam participado dos projetos PRÓ-SAÚDE e/ou do PET-SAÚDE desde 2010, dos quais, 100 foram localizados via rede social Facebook. 76 (68%) acessaram e responderam o link enviado e, quanto ao preenchimento dos questionários, (59,2%) foram respondidos de forma completa. Ao traçarmos um perfil sociodemográfico dos participantes, denotamos um predomínio do sexo feminino (56,5%), idades com variação de 23 a 60 anos e o tempo de formação de 1 a 35 anos. Sobre os grupos de trabalho que os egressos participaram, destacam-se a Vigilância em Tuberculose e Leptospirose (21%) ligado ao PET-Vigilância em Saúde I, o Rede Cegonha (19,7%) vinculado ao PET-REDES I e a Rede de Atenção as pessoas com Doenças Crônicas não transmissíveis também do PET- REDES I. Ao elencarmos as habilidades adquiridas com as vivências dos programas, estão, melhoria na habilidade de comunicação, relacionamento e gerenciamento de relações, bem como, articular teoria à prática com mais facilidade. Por fim, podemos ressaltar a importância desses projetos e os benefícios a longo prazo que os ex-bolsistas adquirem por estarem vinculados. Com diretrizes e objetivos que viabilizam a formação profissional, transformando-o em um indivíduo capaz de compreender e solucionar as demandas dos habitantes onde trabalham, assim como, melhorar características de relacionamento e gestão que são imprescindíveis para uma aproximação com os serviços e seus usuários. Dessa forma, além da construção de um perfil acadêmico e profissional, essas atividades também se mostraram benéficas para a construção pessoal dos ex-integrantes.


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