BAIXO CONSUMO DE FRUTAS, VERDURAS E LEGUMES: ASSOCIADOS À PREVALÊNCIA DA OBESIDADE ABDOMINAL EM IDOSOS.
Resumo
A obesidade abdominal é uma condição clínica cuja prevalência aumenta progressivamente e que está cada vez mais associada à morbimortalidade cardiovascular. O consumo de frutas, legumes e verduras (FLV) é fator de proteção para obesidade, porém, seu consumo está frequentemente abaixo das recomendações. Nosso objetivo foi determinar a prevalência de obesidade abdominal e verificar sua associação com o consumo diário de frutas, verduras e legumes (FVL) em idosos. Estudo descritivo, retrospectivo com 45 idosos cadastrados no projeto de extensão universitária “Promoção de Modos de Vida Saudáveis nas Doenças Crônicas Não Transmissíveis e Obesidade: da Infância ao Envelhecimento Humano”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (COEP) da Universidade de Santa Cruz do Sul. As informações foram obtidas nos prontuários dos idosos. A frequência habitual de consumo foi transformada em porções médias e analisada a adequação dos grupos alimentares de frutas, verduras e legumes, sendo utilizada a recomendação da WHO (2003), no programa 5 ao dia, que sugere o consumo de no mínimo 5 porções de frutas e/ou hortaliças, todos os dias. Para a análise dos dados foi utilizado o Teste T para investigar a associação da prevalência da obesidade abdominal ao consumo de FVL ao nível de significância de 5%. A prevalência de consumo diário de FVL foi de 77,6% sendo que destes 53,1% consumiam menos de 2 porções todos os dias e 40,6 % entre 3 e 4 porções ao dia e 6,3% consumiam 5 ou mais porções ao dia. A circunferência abdominal aumentada foi encontrada em 79,2% das mulheres e 62,9% dos homens. O baixo consumo de diário de FVL foi associado significativamente aos altos índices de obesidade abdominal, quanto maior o índice de obesidade abdominal menor o consumo de frutas e verduras. O estudo mostra uma alta prevalência de idosos com risco cardiovascular aumentado, sendo importante desenvolver estratégias de promoção da alimentação saudável com ênfase na ingestão adequada de FVL que possuem benefícios e seu consumo inadequado apresenta-se como um dos dez principais fatores de risco para a carga global de doenças. O consumo de FVL na alimentação favorece o suprimento de micronutrientes, fibras e outros componentes com propriedades funcionais, e auxilia na regulação da gordura corporal nos idosos, sendo esses fatores determinantes do desenvolvimento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Em suma, o incentivo ao consumo de FVL deve seguir sendo trabalhado continuamente entre os idosos. Nota-se que por mais que muitos hábitos saudáveis em relação à alimentação estejam progredindo ainda assim a quantidade e variedade de FLV consumidos diariamente estão muito abaixo do recomendado.
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