REVASCULARIZAÇÃO PULPAR

Larissa Cristina Assis da Silva, Julia Wernz Roos, Alessandra Andressa Schuh, Janaína Caroline da Costa, Leonardo Marques dos Reis, Karoline de Oliveira Almeida, Luiza Brum Porto, Márcia Helena Wagner

Resumo



A revascularização pulpar é um procedimento indicado para o tratamento de dentes imaturos (com ápice aberto) e com necrose pulpar, situação encontrada, geralmente, em dentes que sofreram trauma ou lesões cariosas de rápida evolução. Com a necrose pulpar, ocorre interrupção do desenvolvimento radicular e surge a necessidade do tratamento endodôntico. Até a última década, a opção para tratamento desses casos era a apicificação, com o objetivo de promover o fechamento apical. Entretanto, tendo o desenvolvimento radicular interrompido, as raízes permaneciam finas e frágeis, com grande risco de fratura. Esta era a grande preocupação dos profissionais em relação ao tratamento desses dentes. A revascularização pulpar como opção de tratamento de dentes permanentes com ápice aberto e necrose pulpar trouxe a possibilidade de restaurar parte da resistência radicular. O objetivo deste trabalho foi estudar a revascularização pulpar, como primeira opção para tratamento de dentes imaturos com necrose pulpar, suprindo as desvantagens da apicificação. O presente estudo se constitui de uma revisão de literatura em trabalhos publicados nos últimos dez anos, em bibliotecas universitárias do país. A revascularização pulpar está indicada para tratamento de dentes permanentes imaturos (rizogênese incompleta) necrosados, com ou sem lesão periapical. É baseado na diferenciação celular, onde as células mesenquimais indiferenciadas da região periapical se diferenciam e terminam a formação da raiz, ocorre o fortalecimento das paredes, promovendo tanto o fechamento do ápice quanto término do desenvolvimento radicular. Um ponto positivo do método é a possibilidade do tratamento em sessão única, desde que a infecção se encontre controlada. A técnica consiste em acessar o canal radicular, desinfetá-lo e sobre-instrumentá-lo para provocar sangramento apical, fazendo com que este flua para o interior do canal radicular e ali permaneça um coágulo, que serve de arcabouço para a formação de um tecido conjuntivo, com características e funções idênticas ao tecido pulpar. Este se forma a partir das células tronco mesenquimais, presentes no periápice radicular que se diferenciam em odontoblastos e produzem dentina para completar a formação radicular. A desinfecção do canal é feita através das soluções irrigadoras e da medicação intra-canal. A medicação mais indicada é a pasta triantibiótica composta por ciprofloxacina, metronidazol e minociclina por um período de 48h no interior do canal radicular. A regeneração tecidual é a substituição de um tecido danificado, por células do mesmo tipo, ocorrendo a restauração da função biológica. Para que ocorra essa regeneração é necessário que a abertura apical seja de, no mínimo, 1mm no sentido mésio-distal, para permitir que o sangramento apical chegue ao interior do canal. A revascularização pulpar é considerada um tratamento endodôntico conservador que tem como principal objetivo a maturação radicular, este procedimento busca superar os resultados da apicificação e traz bons resultados, permitindo que o dente possa terminar seu ciclo completo da formação radicular, mantendo sua vitalidade e evitando a fragilidade do dente.


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