COMPOSIÇÃO CENTESIMAL DO COGUMELO COMESTÍVEL: SHIMEJI (PLEUROTUS OSTREATUS (JACQ.) P. KUMM.) CULTIVADO EM DIFERENTES SUBSTRATOS LIGNOCELULÓSICOS.
Resumo
Os cogumelos comestíveis do gênero Pleurotus, conhecidos popularmente como Shimeji, são cultivados em diversos resíduos agroindustriais, dada a atividade decompositora desses microrganismos, proveniente de seu metabolismo enzimático. Este trabalho teve como objetivo cultivar e avaliar o desenvolvimento e a composição centesimal do cogumelo Pleurotus ostreatus (Jacq.) P. Kumm cultivado em substrato à base de bagaço de cana-de-açúcar, farelo de arroz, cal hidratada e carbonato de cálcio (substrato I); e outro à base de palha de milho, serragem de eucalipto, farelo de arroz, cal hidratada e carbonato de cálcio (Substrato II). O cultivo foi desenvolvido no laboratório de Botânica da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC. Os insumos palha de milho e cana-de-açúcar foram adquiridos de produtores da região, já a serragem em madeira e os demais adquiridos em casas comerciais do município. Para o preparo dos substratos, os componentes foram pesados, misturados em recipiente de plástico e a umidade foi ajustada para 70%. Posteriormente, foi distribuído em vidros de 500 mL e autoclavados a 121ºC por 15 mim. Após o substrato atingir a temperatura ambiente, foi adicionado o inóculo da Cogubras, duas gramas em cada vidro. Depois da inoculação, os substratos foram mantidos em uma sala com temperatura (25ºC) e luminosidade controlada para o crescimento micelial e desenvolvimento das frutificações. Na sequência ao crescimento dos corpos de frutificação, os mesmos foram colhidos manualmente e foi registrado o tamanho e o peso fresco. Posteriormente foi realizada a avaliação da produtividade e eficiência biológica e a composição centesimal e determinado a umidade pelo processo indireto (estufa a 105ºC); lipídios (Soxhlet); proteínas (Kjeldahl); cinzas (mufla à 550ºC) e fibra bruta. Como resultado foi possível verificar que no substrato I as frutificações apresentaram um desenvolvimento menor, onde o diâmetro do pileo variou 1,5 a 8,0 cm, diferente do Substrato II em que o diâmetro variou de 2,1 a 11,5 cm, No entanto, o substrato I apresentou maior produtividade e eficiência biológica, mas sem diferir estatisticamente, como segue: produtividade (5,28% substrato I; 4,66% substrato II) e eficiência biológica (19,02% no substrato I; 16,79% substrato II). Para a composição centesimal os valores obtidos nos substratos I e II foram, respectivamente: umidade (23,91; 15,94), cinza (7,02; 6,73), lipídios (0,79; 13,34), proteínas (23,22; 21,66), carboidratos (45,03; 42,31) e fibras alimentares (52,09; 53,83). Com exceção do teor lipídios e fibras, todos os outros parâmetros foram maiores no substrato, provando ser um ótimo substrato para o desenvolvimento desta espécie. Comparando os substratos pelo teste “t” de Student verificou-se que, estatisticamente, não diferiram entre si. Porém, cabe destacar que o cogumelo apresentou alto teor de fibras e carboidratos em ambos os substratos, podendo constituir boas fontes destes nutrientes. O teor de proteínas e carboidratos apresentado por esta espécie em ambos os substratos e o baixo teor de lipídios indica o potencial que o mesmo apresenta como alimento. Além disso, contar com a utilização de resíduo agroindustrial para o cultivo, muitas vezes, é descartado de maneira incorreta no meio ambiente.
Palavras-chaves: cogumelo comestível; resíduos agroindustriais; Eucalyptus sp.; Zea mays, Saccharum sp.
Apontamentos
- Não há apontamentos.