COMPOSIÇÃO CENTESIMAL DO COGUMELO COMESTÍVEL: SHIMEJI (PLEUROTUS OSTREATUS (JACQ.) P. KUMM.) CULTIVADO EM DIFERENTES SUBSTRATOS LIGNOCELULÓSICOS.

Simone Juliana de Brum Barros, Elisa Regina Rabuske, Marisa Terezinha Lopes Putzke

Resumo


Os cogumelos comestíveis do gênero Pleurotus, conhecidos popularmente como Shimeji, são cultivados em diversos resíduos agroindustriais, dada a atividade decompositora desses microrganismos, proveniente de seu metabolismo enzimático. Este trabalho teve como objetivo cultivar e avaliar o desenvolvimento e a composição centesimal do cogumelo Pleurotus ostreatus (Jacq.) P. Kumm cultivado em substrato à base de bagaço de cana-de-açúcar, farelo de arroz, cal hidratada e carbonato de cálcio (substrato I);  e outro à base de palha de milho, serragem de eucalipto, farelo de arroz, cal hidratada e carbonato de cálcio (Substrato II). O cultivo foi desenvolvido no laboratório de Botânica da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC. Os insumos palha de milho e cana-de-açúcar foram adquiridos de produtores da região, já a serragem em madeira e os demais adquiridos em casas comerciais do município. Para o preparo dos substratos, os componentes foram pesados, misturados em recipiente de plástico e a umidade foi ajustada para 70%. Posteriormente, foi distribuído em vidros de 500 mL e autoclavados a 121ºC por 15 mim. Após o substrato atingir a temperatura ambiente, foi adicionado o inóculo da Cogubras, duas gramas em cada vidro. Depois da inoculação, os substratos foram mantidos em uma sala com temperatura (25ºC)  e luminosidade controlada para o crescimento micelial e desenvolvimento das frutificações. Na sequência ao crescimento dos corpos de frutificação, os mesmos foram colhidos  manualmente e foi  registrado o  tamanho e o peso fresco. Posteriormente foi realizada a avaliação da produtividade e eficiência biológica e a composição centesimal e determinado a umidade pelo processo indireto (estufa a 105ºC); lipídios (Soxhlet); proteínas (Kjeldahl); cinzas (mufla à 550ºC) e fibra bruta. Como resultado foi possível verificar que no substrato I as frutificações apresentaram um desenvolvimento menor, onde o diâmetro  do pileo  variou 1,5 a 8,0 cm, diferente do  Substrato II em que o diâmetro variou de 2,1 a 11,5 cm, No entanto,  o substrato I apresentou  maior  produtividade e eficiência biológica, mas sem  diferir estatisticamente, como segue: produtividade (5,28% substrato I; 4,66% substrato II) e eficiência biológica (19,02% no substrato I; 16,79% substrato II). Para a composição centesimal os valores obtidos nos substratos I e II foram, respectivamente:  umidade (23,91; 15,94), cinza (7,02; 6,73), lipídios (0,79; 13,34), proteínas (23,22; 21,66), carboidratos (45,03; 42,31) e fibras alimentares (52,09; 53,83). Com exceção do teor lipídios e fibras, todos os outros parâmetros foram maiores no substrato, provando ser um ótimo substrato para o desenvolvimento desta espécie. Comparando os substratos pelo teste “t” de Student verificou-se que, estatisticamente, não diferiram entre si. Porém, cabe destacar que o cogumelo apresentou alto teor de fibras e carboidratos em ambos os substratos, podendo constituir boas fontes destes nutrientes. O teor de proteínas e carboidratos apresentado por esta espécie em ambos os substratos e o baixo teor de lipídios indica o potencial que o mesmo apresenta como alimento. Além disso, contar com a utilização de resíduo agroindustrial para o cultivo, muitas vezes, é descartado de maneira incorreta no meio ambiente.

Palavras-chaves: cogumelo comestível; resíduos agroindustriais; Eucalyptus sp.; Zea mays, Saccharum sp.


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