MANIFESTAÇÕES ORAIS DA SÍNDROME DE DOWM EM PACIENTES DO PROJETO SORRISO ESPECIAL

Gabriela Benini, Patrícia Pinheiro, Eduarda Witz, Luana Raiter Zucuni, Sônia Renner Hermes

Resumo


O Sorriso especial é um projeto do curso de odontologia da UNISC que exerce suas atividades desde o ano de 2012, tendo como público-alvo pacientes com alguma deficiência ou ainda em situação de vulnerabilidade social. Pacientes com deficiência são, portanto, indivíduos que apresentam qualquer dano físico, mental, sensorial, comportamental, emocional, ou ainda, qualquer condição limitante que requeira monitoramento médico, intervenções de cuidados de saúde e/ou uso de serviços ou programas especializados. O projeto tem como principais objetivos o acolhimento e manejo de pessoas com deficiência, prevenção e manutenção da saúde bucal, conscientização da família a partir de orientações e motivação para prevenção em saúde e profilaxia profissional mensal. No ano de 2018, o projeto conta com 14 bolsistas voluntários e 2 professores orientadores, que realizam semanalmente, cerca de 22 atendimentos e anualmente, atendem-se em média 80 pacientes, pois a maioria destes retorna para controles periódicos mensalmente. O projeto atende a todo e qualquer tipo de deficiência, seja ela física ou mental, porém, dentre todas alterações constatadas nos pacientes, destaca-se os portadores de síndrome de Dowm. A síndrome de Down é, dentre anomalias genéticas, a de maior ocorrência, na proporção de 1 a cada 600 a 700 nascimentos. É um distúrbio genético decorrente de uma mutação cromossômica causada por modificação no número dos cromossomos. As principais alterações que acometem os pacientes com síndrome de Dowm são a doença periodontal, anomalias dentárias do tipo agenesia, atraso na erupção dentária, tanto na dentição decídua quanto permanente, macroglossia, língua fissurada, fluxo salivar reduzido, problemas de maloclusão, principalmente de classe III e queilite angular. No entanto, o índice de cárie nos pacientes portadores de síndrome de Down é bastante baixo, devido ao alto índice de agenesia dental encontrada na síndrome. Há um aumento nos espaços interproximais e, portanto, diminuição na retenção de alimentos que servem de substratos para bactérias e consequente redução do índice e/ou a maior concentração de íons bicarbonato na saliva destes pacientes, o que seria responsável por um aumento na capacidade de tamponamento salivar, e como consequência haveria a diminuição do índice. É de extrema importância que o cirurgião-dentista reconheça as principais características dos pacientes com síndrome me Down, pois é possível que algumas delas influenciem durante seu atendimento. E, de forma geral, as técnicas para o atendimento destes pacientes são as mesmas para o atendimento de pacientes não portadores de deficiências. Sempre que possível deve-se fazer uso de materiais que facilitem, protejam o paciente e proporcionem maior conforto para o mesmo durante o atendimento. Acredita-se, portanto, que um programa de prevenção bem planejado pode atingir grande índice de sucesso em jovens com síndrome de Down. O programa deve abordar a educação do paciente e treinamento de seu responsável, integração dos cuidados da saúde bucal nas atividades diárias e cuidado preventivo periódico do profissional, sendo de fundamental importância a motivação destes pacientes e de seus responsáveis.


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