VISITA DOMICILIAR: A ENFERMAGEM NO CUIDADO DE PESSOAS COM DOENÇAS CRÔNICAS
Resumo
Constituído através de um movimento social importante, o Sistema Único de Saúde (SUS) coloca a Estratégia de Saúde da Família (ESF) como pilar das redes de atenção à saúde. Na ESF, a visita domiciliar (VD) é um instrumento utilizado pelas equipes para conhecimento do contexto de vida da população, estabelecendo vínculos entre profissionais e usuários. A VD atende às diferentes necessidades de saúde apresentadas pela população adstrita, observando aspectos como habitação e higiene, bem como, é espaço para educação em saúde. Dentro da proposta adotada pela atenção primária, os usuários são acompanhados por meio de VD nos casos de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, como a Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes Mellitus, entre outras doenças. Relatar a experiência em saúde coletiva frente à execução de visita domiciliar. Estudo do tipo relato de experiência vinculado à disciplina de Saúde Coletiva II, do Curso de Graduação em Enfermagem, da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, realizado no período de março a junho de 2018, junto a uma Equipe Saúde da Família de Santa Cruz do Sul. A indicação da usuária para acompanhamento domiciliar foi feita pela equipe de saúde, a fim de promover o autocuidado e auxiliar no processo de educação em saúde e qualidade de vida. Logo, materiais do Ministério da Saúde, artigos científicos foram utilizados, assim como os equipamentos para condução de exame físico e verificação da glicemia capilar. Participaram das visitas, duas acadêmicas do curso de enfermagem, a professora que ministra a disciplina, duas acadêmicas do curso de nutrição da UNISC e a Agente Comunitária de Saúde. Foram feitas seis visitas domiciliares, onde pode-se compreender o histórico da usuária, que possuía Hipertensão Arterial Sistêmica (há 17 anos), Diabetes Mellitus (DM) (há 10 anos), Dislipidemia (há seis anos), Depressão (há quatro anos), Obesidade mórbida em sua vida adulta e em tratamento de um câncer de mama (diagnosticado há dois anos). Conforme interesse da usuária sobre a DM, foi elaborado um folder a respeito da patologia para efetivar um maior controle frente à manifestação dos sinais e sintomas, hipoglicemia e hiperglicemia, cuidado com os pés e medicamentos que utiliza, Glibenclamida e Metformina. As acadêmicas de nutrição, participaram da conversa e reforçaram sobre os dez passos para uma alimentação saudável. Sobre a pressão arterial e diante dos valores por vezes alterados, foi construído um pequeno caderno informativo sobre os valores ideais, sintomas, consequências da doença, fatores de risco e métodos farmacológicos (Atensina e Anlodipino) e não farmacológicos para controle da pressão. Foi avaliada conjuntamente com a equipe, a necessidade de conversa médica na unidade e realizado o controle dos registros das aferições dos sinais vitais de todas as visitas, por meio de um cartão que permanecia junto coma usuária. Notamos a ascensão do comprometimento e envolvimento da usuária em relação aos temas abordados e o interesse em melhorar sua qualidade de vida, através das modificações na alimentação, prática de exercícios físicos e utilização correta das medicações. Foram momentos extremamente valiosos e enriquecedores, que mostraram a importância de o enfermeiro conhecer o contexto para então planejar as ações em saúde, o que repercute favoravelmente na adesão do plano de cuidados, que foi construído com a usuária e sua família.
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