EFEITOS DE EXERCÍCIOS HIDROTERAPÊUTICOS SOBRE A FORÇA DE PREENSÃO PALMAR

Douglas Alex Weiss Martins, Sérgio Junior Zonta, Israel Matheus Paulus da Silva, Patrícia Oliveira Roveda

Resumo


Introdução: A hidroterapia é um recurso fisioterapêutico que utiliza os efeitos físicos, fisiológicos e cine­siológicos advindos da imersão do corpo em pis­cina aquecida, como recurso auxiliar da reabili­tação ou prevenção de alterações funcionais. O tratamento conta com um programa de exercícios de aquecimento, alongamento, resistência, força muscular e relaxamento, cada um de acordo com a necessidade do paciente e no seu tempo determinado. Em meio aquático aumentam as exigências musculares para se conseguir superar a resistência hidrodinâmica, que depende, sobretudo, da velocidade de execução do movimento e da área de superfície do corpo. Devido a constante resistência hidrodinâmica tridimensional, o exercício aquático fornece estímulos de treino para o desenvolvimento muscular dos seus praticantes. As propriedades resistivas da água facilitam o desenvolvimento da força muscular em indivíduos inativos e são especialmente vantajosas no caso específico da população idosa. Objetivo: Avaliar os efeitos de exercícios hidroterapêuticos sobre a força de preensão palmar (FPP). Métodos: Estudo observacional exploratório, tipo estudo de casos, com amostragem de conveniência, composto por pacientes participantes do projeto de extensão Oficinas de Saúde na Hidroterapia, desenvolvido na Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, em Santa Cruz do Sul – RS. A frequência dos pacientes avaliados, no projeto é de 1 vez por semana, no tempo estimado de 45 minutos, sendo o roteiro de atividades baseado em exercícios dinâmicos que promovem, especialmente, alongamentos e fortalecimentos globais, uma vez que a viscosidade da água oferece resistência constante aos movimentos. A avaliação da FPP foi realizada por meio do Dinamômetro (Jamar®), em 2 datas distintas nos meses de março e julho de 2018 (avaliação e reavaliação, respectivamente), ambas na situação pré-intervenção aquática. Os pacientes foram orientados a permanecer em sedestação sobre uma cadeira convencional, mantendo a postura ereta, com o ombro aduzido e neutramente rodado, cotovelo flexionado a 90º, antebraço em posição neutra e o punho entre 0° e 30° de extensão. Foram coletadas 3 medidas em cada membro superior, mão dominante (MD) e mão não dominante (MND), de forma intercalada, associando a expiração durante a força, sendo o tempo de preensão em torno 5 segundos, utilizando a segunda posição da alça de regulagem. Resultados: Foram avaliados 19 pacientes, de idade média 61,8 anos (±12,8), índice de massa corporal 30,3 kg/m2 (±6,7) e predominância do sexo feminino (94,8%). A média geral das aferições da FPP no sexo feminino passou de 112,2% (±21,8) para 103,8% (±16,6) na MD e de 117,7% (±22,3) para 111,1% (±19,1) na MND durante a avaliação e reavaliação, respectivamente, o que evidencia uma certa diminuição da FPP em ambas as mãos. Enquanto que a média geral das aferições da FPP no único indivíduo do sexo masculino, passou de 81,2% (±0,6) para 84% (±0,6) na MD e de 75,6% (±1,5) para 75,6% (±1,2) na MND, durante as situações de avaliação e reavaliação, respectivamente, o que demonstra um discreto aumento da FPP na MD e uma igualdade nos valores da FPP na MND. Conclusão: O programa de exercícios aquáticos estabelecido nesses grupos, no determinado período, não foi eficaz no aumento de FPP. Para um grupo de idosos que apresente déficit de FPP, poderá se planejar um programa específico de exercícios para essa finalidade.


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