ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO ÂMBITO DE INSTITUIÇÕES DE REABILITAÇÃO PARA O USO DE ÁLCOOL E DROGAS

Maria Eduarda de Moraes Riva, Mariana Hintz Moraes, Dulce Grasel Zacharias

Resumo


O consumo de substâncias psicoativas causa à longo prazo uma obscuridade na vida de quem o pratica e também na vida de quem está próximo a esse indivíduo. Assim, as políticas públicas, juntamente com a população em geral, tem carecido de maiores ações de reabilitação pessoal, como também de readaptação social para este público em específico, além da redução de preconceitos e aumento de empenho em tratamentos efetivos. Ademais, a demanda neste sentido passou do âmbito teórico-técnico para uma relação mais humana entre profissional e cliente.Neste sentido, o amparo a estes cidadãos se dá através de duas instituições distintas: as comunidades terapêuticas e as clínicas de reabilitação. As comunidades terapêuticas caracterizam-se como sendo instituições não governamentais de atendimento ao dependente químico, dispondo de um ambiente não hospitalar e com auxílio técnico e profissional. Dessa forma, tem como principal aporte teórico e terapêutico a convivência intermitente entre os residentes e enfatiza o fortalecimento físico, psíquico e espiritual dos mesmos. Já as clínicas terapêuticas associam-se ao contexto hospitalar, podendo assim trabalhar com medicação direta, atendimento psiquiátrico e desintoxicação dos adictos, além de um relevante destaque para o poder aquisitivo mais favorável aos usuários destes serviços, bem como a utilização do contexto familiar como catalisador do processo de reabilitação. Com base nisso, o presente trabalho teve como objetivo principal retratar um comparativo entre essas duas diferentes possibilidades de reabilitação para usuários de álcool e outras drogas, buscando entender melhor o papel do profissional de Psicologia dentro dessas instituições, a partir das demandas encontradas em seus trabalhos, como também os obstáculos encontrados e a estrutura do ambiente de ocupação. Assim, foram realizadas visitas em duas instituições de reabilitação, sendo elas a Comunidade Terapêutica Recomeçar e a Clínica Terapêutica Novo Começo, com o intuito de compreender melhor a atuação dos profissionais nesse âmbito, assim como o processo terapêutico utilizando para a reabilitação. Como recurso metodológico, utilizamos entrevistas abertas com os psicólogos atuantes nos dois locais visitados, juntamente com um aporte teórico encontrado em artigos científicos e livros didáticos. A partir disso, os principais resultados levaram a um comparativo sobre as diferenças das duas instituições, demonstrando o quanto isso afeta diretamente na atuação do profissional de psicologia, especialmente no que diz respeito às suas abordagens teóricas. Foi possível concluir, assim, que o caráter econômico possui um maior destaque entre essas disparidades encontradas, uma vez que a clínica, por ser privada, apresenta uma estrutura melhor, além de uma equipe multidisciplinar e um retorno financeiro mais proveitoso. Por fim, constatou-se a relevância da construção e afirmação da subjetividade de cada um para um tratamento mais efetivo e duradouro, promovendo a autogestão e cidadania dos que estão em processo de internação. Também, é necessário levar em conta, a inconstância da dependência química e a imprescindibilidade de se estar sempre vigilante a possíveis recaídas, pois essa é doença que não possui cura.

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