AUTISMO: DESAFIOS E SUPERAÇÕES

Betina Hillesheim

Resumo


Ao aguardar o nascimento de uma criança, a família é envolvida por várias expectativas: de como será a criança, sua forma física, se será homem ou mulher, se sua genética será mais parecida com a da sua mãe ou de seu pai, sobre sua personalidade. Quando a família constata que possui um filho acometido pelo Transtorno do Espectro Autista (TEA), essas expectativas tornam-se mais intensas e incompreensíveis. Deste modo, compreende-se que a revelação diagnós­tica do autismo torna-se um momento delicado e desafiador para a família, assim também, para os profissio­nais de saúde responsáveis por essa missão. O ambiente físico pertinente às demais circunstâncias relacionadas à notícia poderão interferir positivamente ou não para a mini­mização do sofrimento familiar. Atualmente o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é considerado um transtorno global do desenvolvimento, identificado antes dos três anos de idade e carac­terizado pelo comprometimento de três áreas: a comunicação, a interação social e a presença de comportamento, interesses e atividades este­reotipadas e recorrentes. A partir disso, essa pesquisa, realizada na disciplina de Pesquisa Aplicada à Psicologia II, tem como objetivo analisar o contexto da revelação do diagnóstico do TEA e o impacto deste nas relações familiares.  Para isso, propõe-se um estudo qualitativo, a ser realizado com 6 familiares de crianças portadoras do TEA, assistidas em uma clínica particular multiprofissional na cidade de Santa Cruz do Sul, interior do Rio Grande do Sul. A coleta dos dados ocorrerá entre outubro e novembro de 2018 por meio de entrevista semiestrutu­rada e analisados a partir de uma compreensão psicodinâmica. A motivação para concretização dessa pesquisa partiu do surgimento de dúvidas acerca das dificuldades que a família da criança autista vivencia, mas, sobretudo, por motivação pessoal do pesquisador em vivenciar em seu âmbito de trabalho o convívio com crianças com portadoras de TEA, e também, pela pretensão em descobrir quais as transformações no cotidiano e na dinâmica das famílias cuidadoras. O estudo se justifica pela relevância científica do tema e pelas possíveis contribuições que fornecerá aos profissionais e acadêmicos da saúde no que compete à compreensão da relação entre o profissional de saúde e a família perante o diagnóstico do autismo infan­til e sua repercussão nas relações familiares. Sendo assim, a existência de pesquisas que colaborem no dia a dia da criança autista torna-se imprescindível, uma vez que a família em que ela está inserida poderá não saber como agir em relação aos cuidados indispensáveis para o desenvolvimento pessoal e intelectual, surgindo assim várias dúvidas. E em consequência disso a ocorrência de mudanças no estilo de vida familiar, visto que é um transtorno de neurodesenvolvimento que necessita de cuidados por toda a vida. Ressalta-se ainda que, como a pesquisa encontra-se em fase de realização das entrevistas, até o presente momento, ainda não foi realizada a análise dos dados; porém, a revisão bibliográfica evidencia as diferentes reações das famílias diante do diagnóstico, bem como propõe formas de abordagem das equipes. 


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