SENTIMENTOS VIVENCIADOS POR MÃES DE RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL

Daniela Savegnado Kohls, Ingre Paz

Resumo


O crescente aumento dos nascimentos prematuros nos últimos anos é um fator significativo que vem preocupando profissionais de enfermagem. Todos os anos, 20% dos nascidos vivos são prematuros no mundo todo. A prematuridade traz riscos para a saúde tanto biológica como psicossocial do recém-nascido (RN) e de seu desenvolvimento e também é um risco para a saúde mental materna, exacerbando sentimentos de ansiedade e depressão. O parto prematuro não só tira da mãe a chance de experienciar as últimas semanas de gestação, momento em que se prepara física e psicologicamente para a chegada do seu bebê como separa precocemente mãe e bebê e desestrutura a rotina familiar. O processo de hospitalização do RN, em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), em decorrência do parto prematuro promove sentimentos negativos, situação em que a mãe se sente impotente diante das necessidades do RN, enfraquecendo o vínculo mãe-bebê. Objetiva-se discorrer sobre os sentimentos experienciados pelas mães de bebês prematuros, que vivenciam o período de internação em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Trata-se de uma revisão bibliográfica de abordagem qualitativa exploratória causal, com varredura na base de dados do Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde, sob os descritores: Recém-nascidos; Prematuridade; Unidade de Terapia Intensiva; Enfermagem. Como critérios de inclusão, optou-se por artigos científicos em língua portuguesa, com ano de publicação igual ou superior a 2012, que atendessem à problematização proposta no presente estudo, culminando em quatro artigos selecionados. Para análise dos discursos, utilizou-se o método de análise de conteúdo. A partir da pesquisa realizada, evidenciou-se que muitos são os sentimentos experienciados pelas mães que possuem RN internados em UTIN, esses sentimentos vão desde tristeza, impotência, frustração, estresse, irritabilidade, ansiedade e até mesmo depressão. A literatura mostra que cerca de 75% das mães com RN prematuros internados em UTIN tiveram sintomas clínicos de ansiedade e 50% apresentaram sintomas clínicos de depressão. Nesse sentido, se mostra de suma importância o olhar atento e ampliado do profissional de enfermagem não somente ao RN, que está sob seus cuidados, mas também a família do RN, em especial a mãe, que está mais suscetível ao desenvolvimento de transtornos emocionais, devido à experiência traumática do parto prematuro. As atividades educativas promovidas para os pais de RN prematuros dentro da unidade hospitalar visando ensinar cuidados com o RN após a alta diminuem significativamente o nível de estresse e ansiedade das mães. A criação de grupos de mães mediados por profissionais da enfermagem, dentro das UTINs com o objetivo de compartilharem sentimentos, emoções e experiências é uma ferramenta para criar vínculo com a família do RN e dar o suporte e apoio necessário à mãe. Através dos dados obtidos, pode-se considerar que são inúmeros os sentimentos negativos vivenciados pelas mães que possuem RN prematuros e que passam por um período de internação em uma UTIN. O estudo mostrou que práticas simples como atividades educativas a fim de sanar dúvidas e ensinar os principais cuidados com o RN, assim como um grupo de mães mediado por profissionais da enfermagem, já são capazes de reduzir sentimentos de frustração, ansiedade e estresse desenvolvido por essas mães.

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