RELAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL DE PAIS E SEUS FILHOS: ESTUDO COM ADOLESCENTES DE SANTA CRUZ DO SUL-RS

Keila Fernanda de Carvalho, Marcelo Vinicios da Silva Mello, Katiuscia Reinehr Bizarro, Cézane Priscila Reuter

Resumo


Introdução: O índice de massa corporal (IMC) é um indicador bastante conhecido na área da Educação Física. A utilização de medidas antropométricas na análise da condição nutricional tem se tornado um método bastante útil, por ser um indicador barato e prático no monitoramento, principalmente de obesidade, em estudos populacionais. Sabe-se que a genética influencia no desenvolvimento da obesidade, mas aspectos relacionados ao estilo de vida, especialmente voltados ao ambiente familiar em que o adolescente está inserido, é o principal determinante desta condição. No entanto, ainda são escassos os estudos que avaliam a relação entre medidas antropométricas de pais e seus filhos, especialmente no interior do Rio Grande do Sul. Com isso, o objetivo deste trabalho é relacionar o IMC do pai e da mãe e o IMC de seus filhos, estratificado por sexo. Método: Este é um estudo transversal, em que foram avaliados 263 escolares, 143 do sexo feminino e 120 do masculino, com idade entre 12 e 15 anos, de escolas da rede pública (estadual e municipal), da zona urbana de Santa Cruz do Sul, RS. O estudo foi realizado na disciplina de Epidemiologia, Atividade Física e Saúde, do Curso de Educação Física, da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), utilizando o banco de dados da pesquisa “Saúde dos Escolares”. O IMC do pai e da mãe foi calculado após obtenção do peso e da estatura dos pais, sendo avaliados de forma autorreferida, enquanto o dos jovens foi verificado presencialmente, após avaliação do peso e da estatura, nas dependências da UNISC. Utilizando o programa SPSS, foi realizado o teste de normalidade de Shapiro-Wilk. As variáveis não apresentaram normalidade (p<0,05). A associação entre as variáveis foi testada por meio da correlação de Spearman (?, rô). Foram considerados significativos os valores de p<0,05. Resultados: A média de IMC de meninos (20,9 kg/m²; desvio-padrão: 4,1 kg/m²) foi inferior ao das meninas (22,1 kg/m²; desvio-padrão: 4,1 kg/m²; p=0,024). A média de IMC dos pais foi de 27,4 kg/m² (desvio-padrão: 4,7 kg/m²) e das mães de 27,3 kg/m² (desvio-padrão: 5,4 kg/m²). O IMC das meninas esteve associado, de forma fraca, com o IMC materno (?=0,285; p=0,001) e paterno (?=0,169; p=0,043). Entre os meninos, não foi observada associação com o IMC do pai (?=0,079; p=0,393) e da mãe (?=0,169; p=0,065). Conclusão: O IMC das meninas esteve associado com o IMC dos pais. Entre os meninos, não foi observada associação. Os resultados permitem levantar novas hipóteses e reforçam a importância do ambiente familiar na avaliação de fatores de risco às doenças cardiovasculares, como obesidade, por exemplo. Outros fatores associados com variáveis antropométricas devem ser testados, em novos estudos.


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