A EMBOLIZAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA NO TRATAMENTO DE TUMOR VERTEBRAL DE C5: RELATO DE CASO
Resumo
Os tumores hipervascularizados são descritos pela literatura como sendo os paragangliomas, angiofibromas juvenis da nasofaringe, meningiomas, hemangiomas, metástases e hemangioblastomas. Assim, o procedimento de embolização tem sido utilizado como facilitador para o tratamento cirúrgico de retirada do tumor, tendo em vista seus benefícios, ou seja: favorece a diminuição do sangramento transoperatório e contribui para a diminuição de lesões de estruturas adjacentes, como artérias carótidas e nervos regionais. Objetivou-se relatar o tratamento realizado em um paciente portador de um tumor vertebral de C5 metastático, com ênfase na utilidade da embolização intra-arterial pré-operatória e descrever a assistência de enfermagem prestada. Trata-se de um relato de experiência no acompanhamento a um paciente num Centro de Terapia Endovascular de Hospital de Ensino, a partir de vivências de residentes de enfermagem de Programa de Residência Multiprofissional e acadêmicas do 10º semestre de curso de Graduação em Enfermagem. Paciente masculino, R.K, 74 anos, com queixa de dor radicular no membro superior esquerdo associada a déficit funcional da raiz de C5. Histórico de hipertensão, dislipidemia, prótese de quadril esquerda há oito anos e biopsia renal há três anos. Nesta internação, realizou exame de ressonância, a qual foi sugestiva de processo expansivo, sendo indicado pelo neurologista assistente oclusão da vertebral esquerda por via endovascular. O paciente foi submetido a procedimento de embolização intra-arterial, sob sedação assistida, por punção da artéria femoral direita, com anestesia local e introdução de bainha 5-F. Após realizar o cateterismo do vaso nutridor da tumoração, foi realizada embolização, utilizando 7 coils. O procedimento foi realizado sem intercorrências e o paciente foi encaminhado para UTI. Evoluindo de forma satisfatória, aguardaria internado para realização da ressecção cirúrgica da massa cervical. A ressecção do tumor é a terapia definitiva tendo em vista que, se não retirado, crescerá indefinitivamente tornando o ato cirúrgico complicado já que, esses tumores caracterizam-se por alta vascularização e aderência às estruturas circunvizinhas. Sabe-se nesse interim, que a embolização não é isenta de complicações, podem ocorrer, por exemplo, lesão dos nervos cranianos, Acidente Vascular Cerebral. Em relação à atuação da Enfermagem, faz-se algumas considerações acerca do plano assistencial que objetivou assisti-lo holisticamente, promovendo o conforto e bem-estar, considerando suas particularidades, limitações e meio familiar envolvidos no processo de adoecimento. Outros cuidados também são necessários, por exemplo: monitorização hemodinâmica, respiratória e metabólica, que contribuem para prevenir complicações potencialmente fatais. Destaca-se, a partir do exposto, que a realização da embolização pré-operatória tem refletido na diminuição das complicações operatórias como as hemorragias e tem diminuído a mortalidade e sequelas nos pacientes, sendo a atuação do Enfermeiro junto à equipe multidisciplinar fundamental.
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