O CÁLCULO ORAL DE PESSOAS COM BAIXA ESCOLARIDADE

Ritiele Karal, Sergio Celio Klamt

Resumo


O projeto “Cálculo oral de pessoas com baixa escolaridade” buscou estudar como pessoas com diferentes níveis de escolaridade, incluindo as que apenas frequentaram os anos iniciais do ensino, lidam com os cálculos encontrados no seu dia a dia. Nesse sentido, o objetivo estabelecido foi o de entender como ocorre a resolução dos cálculos presentes no cotidiano de pessoas com diferentes níveis de escolaridade. Metodologicamente, o projeto foi aplicado com alunos do segundo ano do Ensino Médio da Escola Nossa Senhora Auxiliadora em pessoas com idade avançada já fora do ambiente escolar, tendo como limite de escolaridade o antigo quinto ano primário. Num primeiro momento, a atividade foi desenvolvida com pesquisas qualitativas, não se detendo a representatividade numérica, mas sim com o aprofundamento teórico. Já num segundo momento, foi aplicado um questionário a pessoas de diferentes níveis de escolaridade e social. O questionário abordou as quatro operações básicas (adição, subtração, multiplicação e divisão), bem como a porcentagem que são conteúdos matemáticos frequentes no dia a dia de todos. Analisando as respostas, pode-se notar que, principalmente quando envolve porcentagem, a forma de resolução difere entre os alunos do Ensino Médio e as pessoas mais velhas, porém chegaram ao mesmo resultado. No entanto, as pessoas mais velhas demoraram um pouco mais para a resolução dos problemas, em contrapartida aos estudantes do Ensino Médio que, inclusive, demonstraram ser bastante dependentes de calculadora. Por fim, ficou evidente que com o avanço das tecnologias na atualidade as pessoas têm a seu dispor recursos que tornam a resolução mais rápida, mas por outro lado também mais dependentes. Com esse estudo aplicado em níveis diferentes de pessoas, o que pode-se notar é que as pessoas mais velhas aprendiam uma com as outras e muitas coisas iam descobrindo sozinhas, não tinham muitas opções de pesquisa para buscar os resultados e desconheciam as tecnologias. Anos atrás a educação também não era tão cobrada como nos dias de hoje, pelo fato de as crianças já terem compromissos muito cedo, ou seja, não dispunham da oportunidade de estudar e, pelo contrário, precisavam trabalhar para ajudar no sustento de suas família. Assim, o que aprendiam na escola era o básico para poder usar no cotidiano. As escolas situavam-se muito longe de suas casas e não havia transporte, dificultando ainda mais o seu deslocamento, quase impossibilitando de estas crianças estudarem. Já os jovens de hoje têm a oportunidade bem maior e também podem desfrutar das tecnologias. Nota-se que, com tudo isso a favor, nem sempre os resultados são os melhores, pois eles acabam se tornando dependentes das tecnologias e acabam não exercitando o pensamento crítico.   

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