INFLUÊNCIA DO STATUS DE SELÊNIO SOBRE A PROGRESSÃO DA INFECÇÃO PELO HIV
Resumo
A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) é um problema de saúde pública de escala global. A última fase da infecção pelo HIV é a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). Apesar de já ter sido muito estudada, a AIDS é uma doença que não apresenta cura. Embora várias pesquisas tenham sido conduzidas para a formulação de uma vacina, ainda não se conseguiu produzir um produto eficaz para evitar a infecção pelo HIV. Dessa forma, as únicas alternativas atualmente disponíveis aos portadores do HIV são as terapias medicamentosas destinadas a controlar a replicação do vírus no organismo e, por consequência, deixar mais lenta ou evitar o aparecimento da AIDS. Além do uso de medicamentos, um estilo de vida que promova o adequado funcionamento do sistema imunológico contrubui para uma sobrevida pós-infecção pelo HIV mais duradoura e com maior qualidade, sendo a adequada nutrição um dos fatores primordiais para a obtenção de um sistema de defesa efetivo e eficaz. Nesse contexto, o mineral selênio tem sido alvo de vários estudos. Esse trabalho possui como objetivo discutir os efeitos das modificações no status de selênio sobre a progressão da infecção pelo HIV. Para a elaboração desse estudo foram consultados artigos científicos publicados em língua inglesa, livros-texto e homepages e publicações de órgãos oficiais. Os artigos foram acessados a partir de uma pesquisa na base da dados Scopus, utilizando os termos "selenium" e "HIV" para "Article Title, Abstract, Keywords" entre "Article or Review". A pesquisa foi limitada entre os anos de 1990 a 2009 e nas áreas de "Life Sciences" e "Health Sciences". Verificou-se que os trabalhos que abordam a influência do selênio sobre a progressão da infecção pelo HIV são divididos basicamente entre aqueles que associaram as concentrações de selênio sérico/plasmático com diferentes parâmetros de saúde, aqueles que utilizaram suplementos do mineral e por último aqueles que fizeram uso de modelos biológicos ou de testes in vitro. Entre outros resultados, as pesquisas analisadas mostraram que: doses baixas de selênio sérico parecem estar associadas com menor contagem de células T CD4 (responsáveis pela regulação do sistema imunológico e alvos do HIV); níveis séricos de selênio parecem não estar associadas à carga viral; suplementar selênio em doses < 200µg/dia é considerado seguro; a suplementação de selênio parece estar associada com aumento da contagem de células T CD4; os testes in vitro indicam que o selênio diminui a replicação do HIV, além de estimular a atividade de enzimas antioxidantes. Entretanto, os resultados de muitos trabalhos ainda se mostram contraditórios. Contudo, conclui-se que o mineral selênio exerce influência sobre a progressão da infecção pelo HIV. Porém, os trabalhos realizados até o momento não permitem estabelecer com segurança os mecanismos pelos quais essa influência é exercida, uma vez que cada estudo avaliou o efeito do selênio sobre a AIDS, utilizando diferentes abordagens sobre diferentes efeitos, o que dificulta a compilação dos dados, impossibilitando um parecer mais preciso sobre a influência do selênio sobre a progressão da infecção pelo HIV. Dessa forma, é de extrema necessidade a realização de mais estudos com o objetivo de elucidar a forma pela qual os efeitos do uso do selênio podem ser alcançados, aprimorando o tratamento dietoterápico dos pacientes portadores do HIV.
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