DOENÇA DE ALZHEIMER: A NECESSIDADE DE UMA ATENÇÃO DIFERENCIADA ENTRE IDOSOS

Melissa Agostin Lampert, Deryck Aguiar Ribeiro, Jéssica Francine Wichmann

Resumo


 

Nos últimos anos, vem ocorrendo uma mudança demográfica significativa em relação à longevidade da população mundial. Com o avançar da idade, as pessoas ficam mais vulneráveis às doenças demenciais, principalmente à Doença de Alzheimer, sendo que os primeiros sintomas aparecem depois dos 65 anos. O estudo apresenta uma revisão da literatura da doença de Alzheimer e seus aspectos bioquímicos, destacando-a como a principal causa de demência no mundo, sobretudo entre os idosos. Realizou-se uma busca eletrônica nas bases científicas Scielo e Pubmed utilizando a lógica boleana “and” e “or” entre as palavras chave: idoso, Alzheimer e homocisteína. Segundo a Alzheimer’s Association, a Doença de Alzheimer (DA) é um distúrbio progressivo do cérebro que destrói gradativamente a memória do portador, a capacidade de pensar, agir, entre outros. Alguns estudos relacionaram níveis elevados de homocisteína na doença de Alzheimer. A homocisteína é um aminoácido (produzido após a digestão de carnes ou laticínios) que surge em nosso organismo como um produto do metabolismo da metionina. O aumento dos níveis de homocisteína é fator de risco para a atrofia cerebral, déficit cognitivo e demência. O início da doença é frequentemente associado com uma queda exagerada na concentração de folato e um aumento exagerando nos níveis de homocisteína. A hiperhomocisteinemia está diretamente ligada à formação de espécies reativas de oxigênio pela auto-oxidação da homocisteína. Se expuser as células que revestem as artérias em todo o corpo à homocisteína, elas envelhecem mais rapidamente e estão mais sujeitas a danos e a morte prematura. Além disso, pesquisas mostraram que a exposição do hipocampo de ratos à homocisteina levou a ativação de uma enzima que acaba por causar a apoptose neuronal, sendo, portanto, considerada neurotóxica. Para que a homocisteína não cause lesões são necessários elementos naturais, como as vitaminas B6 e B12 e acido fólico que regulam as reações da substância no organismo. Contudo, enquanto alguns estudos afirmam que apesar da diminuição da homocisteina a suplementação não reduziria o déficit cognitivo nos pacientes com quadro leve a moderado de Alzheimer, outros afirmam que o encolhimento do cérebro dos pacientes que tomaram o complemento vitamínico ocorreu a um ritmo 30%-50% mais lento, podendo comparar essa atrofia a de um individuo que não apresenta a DA. Assim, esses novos exames ajudariam a detectar precocemente a doença para que a terapêutica pudesse ser instituída antes de haver danos cerebrais irreversíveis. Por isso a Academia Americana de Neurologia recomenda a dosagem do nível sérico de B12 através de um exame de sangue, além de outros exames laboratoriais. Prevenir a Doença de Alzheimer, na verdade, é reduzir os fatores de risco, já que atualmente a doença não pode ser simplesmente evitada. É necessário dar mais atenção ao estado nutricional das pessoas com demência a partir do momento do diagnóstico, independentemente se a deficiência B12 é uma causa ou um efeito da doença. Esse achados são intrigantes o bastante para recomendarem mais estudos prospectivos e de intervenção, controlados com placebo para estabelecer definitivamentea relação entre homocisteina e DA. É crucial que a demência seja reconhecida e avaliada em um estagio inicial, não apenas para iniciar terapêutica adequada, mas também para retardar a progressão da doença, desacelerando a deterioração cognitiva, e melhorar a qualidade de vida do paciente.

 

 


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