A AUTORIDADE DOS PAIS NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS

Dulce Grasel Zacharias, Tatiana Ertel

Resumo


 

O presente trabalho enfatiza as atitudes dos pais no sentido de marcarem a sua posição hierárquica em relação aos filhos. Os pais mostram-se preocupados e atentos a estas questões e relacionam à sua própria experiência, não querendo repetir os “erros” que seus pais cometeram quanto ao “excesso de autoritarismo” e flexibilizam essa postura em relação aos seus filhos.A escolha por este tema foi a partir da análise de três casos de atendimento em psicoterapia durante o primeiro semestre (2011/1) de Estágio Integrado em Psicologia no Serviço Integrado de Saúde – SIS, onde a falta ou ausência de autoridade traz sofrimento para as pessoas, ao mesmo tempo em que estas não sabem como lidar com isso. A família é muito importante por ser unidade em que os filhos são educados.É o lugar onde os pais exercem sua função: maternidade e paternidade.É importante compreender que cada família é única e possui complexidade própria, e que nenhuma família está livre dos desafios da criação dos filhos, desafios que são diferentes de uma família para a outra. Rosa* busca atendimento individual, se queixa de muita ansiedade e impaciência com as filhas, com as quais mora atualmente. O pai foi violento na sua criação e bastante autoritário. Rosa possui um quadro grave de ansiedade e é submissa frente a atitudes da filha mais velha .O conflito entre dedicar-se ao trabalho ou cuidar das filhas é presente, onde Rosa se culpa por não ter paciência com as mesmas.Durante os atendimentos, se queixa da filha mais velha, mas demonstra também não conseguir se separar dela, e projeta na mesma muitos sentimentos, ou seja, quando fala da filha, também está falando de si.Permite que a filha assuma papel maternal e inclusive maltrate as irmãs menores. Bia* está em atendimento individual através da mãe, a qual relata que a filha se mostra agressiva com a família e com os amigos. Bia mora com seus pais e possui um irmão adotivo .Os pais diferem na forma de educar os filhos no que diz respeito a estabelecer limites, a mãe diz que o pai não ajuda a impô-los. Através os atendimentos, constata-se que Bia fica confusa entre o que pode e o que não pode.O pai parece assumir um papel de provedor e trabalhador, devido ao trabalho não tem muito envolvimento com a educação dos filhos. A mãe dá conta de tudo em casa e principalmente das demandas da filha. Pedro* vem para o atendimento de família, junto de seus pais e irmã, onde a mãe busca atendimento relatando que o filho não aceita regras e não quer ser contrariado, é agressivo, nada o satisfaz, ao mesmo tempo, não possui dificuldades na escola. Pedro ocupa um lugar de superioridade quando lhe convém para conseguir o que quer dos pais.A situação reflete em pais confusos, que “não sabem” o que fazer com o filho que têm e sentem a urgência de fazer algo em prol dos filhos e das suas relações.A autoridade dos pais na educação dos filhos é uma responsabilidade familiar que os pais têm como desafio elaborar a vivência que tiveram com os próprios pais. O que pode se perceber é essa dificuldade, que reflete nos atendimentos, em sentimentos de culpa, atitudes de submissão, relações horizontais entre pais e filhos.

 


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