HIMENOPTEROS PARASITOIDES DE MYZUS (HEMIPTERA, STERNORRHYNCHA), EPHESTIA (LEPIDOPTERA, CRAMBIDAE) E LASIODERMA (COLEOPTERA, ANOBIIDAE) NO PLANTIO DE NICOTIANA TABACUM L. NO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL.
Resumo
Atualmente o controle biológico assume importância cada vez maior em programas de Manejo Integrado de Pragas (MIP), principalmente no momento em que se discute muito a produção integrada, rumo à uma agricultura sustentável. Os afídeos (Myzus persicae Sulzer, 1776) são pragas agrícolas com grande capacidade de reprodução e dispersão e, em pouco tempo, podem se instalar em uma cultura, causando danos pela sucção contínua da seiva. Lasioderma serricorne L. e Ephestia são pragas de fumo seco, uma vez que suas larvas alimentam-se do fumo em processo de desidratação. Para o controle destas pragas podem ser utilizados himenopteros parasitoides, que constituem importantes fatores para a mortalidade natural. O objetivo desse trabalho foi identificar himenopteros parasitoides que eclodiram de afídeos e de larvas de Ephestia sp. e Lasioderma serricorne coletados em cultura de tabaco. O estudo foi realizado em lavouras convencionais disponibilizadas pela empresa Premium Tabacos do Brasil Ltda., localizadas em 21 municípios do Estado do Rio Grande do Sul. Dentre os meses de novembro de 2013 e janeiro de 2014 foram coletadas folhas e flores de tabaco com Myzus persicae e encaminhadas ao Laboratório de Entomologia da UNISC, onde os pedaços de folhas eram cortados e colocados em potes plásticos fechados, impedindo a fuga de qualquer organismo. Após o período de 10 dias o tabaco era retirado dos potes, onde verificou-se a presença ou não de parasitismo. O mesmo foi feito com o fumo seco, coletado em galpões de secagem, onde procurou-se determinar a presença de parasitoides eclodidos de larvas de Ephestia sp. e Lasioderma serricorne. Na safra de 2013/2014, foi coletado e identificado um total de 138 parasitoides, dos quais 121 foram coletados no fumo verde e 17 no fumo seco. No fumo verde, obteve-se a ocorrência de 56 parasitoides pertencentes à espécie Praon volucre, 33 à espécie Aphidius colemani, 11 ao gênero Pachyneuron e 20 à família Ichneumonidae. Já no fumo seco, houve ocorrência de 1 indivíduo 240pertence à Alloxysta victrix, 2 à Anisopteromalus calandrae, 12 à Habrobracon hebetor, e 2 à Mymaridae. Praon volucre apresentou-se dominante, obtendo uma ocorrência de 43% dos indivíduos, quando comparada às outras espécies. Dos 21 municípios analisados, apenas 13 apresentaram a ocorrência de vespas parasitoides, sendo Vale do Sol o de maior ocorrência, com 27 indivíduos. De acordo com os meses do ano, em novembro obteve-se uma ocorrência de 72% de indivíduos, pois é o período em que o tabaco está mais afetado por pragas, quando está na sua fase de floração. Conclui-se, assim, que vários são os fatores que influenciam na interação entre pragas agrícolas e parasitoides, dentre eles, destacam-se o tamanho, estágio de desenvolvimento, disposição de alimento e hospedeiro. A incorporação do controle biológico como parte de um controle de pragas reduz os riscos legais, ambientais e públicos do uso de produtos químicos. Sendo assim, o presente estudo torna-se de fundamental importância para futuras pesquisas e trabalhos relacionados com o controle biológico aplicado em campo. Quando bem planejado, o controle biológico acarreta evidentes vantagens em relação ao uso de agentes químicos, uma vez que não polui o ambiente e não causa desequilíbrios ecológicos.
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