ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NA DETECÇÃO DE CASOS DE TUBERCULOSE EM SANTA CRUZ DO SUL

CAROLINE BUSATTO, ANA JÚLIA REIS, ANDREIA ROSANE DE MOURA VALIM, INAJARA HUMBURGUER, SUZANE BEATRIZ FRANTZ KRUG, LIA GONCALVES POSSUELO

Resumo


A tuberculose (TB) continua a merecer especial atenção dos profissionais de saúde e da sociedade como um todo, visto que ainda é considerada um grave problema de saúde pública. A atenção à TB exige estrutura, organização e funcionalidade do sistema de saúde para o desenvolvimento de ações essenciais ao controle da doença, que incluem busca de sintomáticos respiratórios (SR), prestação da assistência e tratamento do doente. O desenvolvimento das ações de controle da TB é uma atribuição dos serviços de saúde nos diferentes níveis de atenção, sendo que a Atenção Primária à Saúde (APS) tem o papel principal de ser a porta de entrada ao usuário para o diagnóstico e tratamento da doença. O presente trabalho objetiva avaliar a estrutura física de Unidades de Saúde do município de Santa Cruz do Sul, dados dos profissionais atuantes e ações realizadas conforme o Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT).Realizou-se um estudo do tipo transversal em Estratégias de Saúde da Família (ESF) e Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Santa Cruz do Sul, no período de março a agosto de 2014. Para a caracterização dos serviços foram coletados dados referentes à estrutura física, disponibilidade de recursos materiais para a detecção da TB, dados referentes ao Tratamento Diretamente Observado (TDO), presença de Livro de Sintomáticos Respiratórios (SR), pote de escarro, número de profissionais atuantes, número de baciloscopias realizadas, entre outros. Os dados foram tabulados em planilha Excel e, posteriormente, analisados em SPSS 17.0. O estudo foi realizado em 22 Unidades de Saúde, sendo destas 13 (59,1%) UBS. 16 (72,7%) não realizavam TDO, 20 (90,9%) unidades possuíam o Livro de SR, 21 (95,5%) possuíam pote para coleta de escarro, 10 (45,5%) possuíam formulário específico para solicitação do exame e em nenhuma das Unidades havia sala de Raio X e local específico para a coleta do escarro. A média de baciloscopias solicitadas foi de 23 por Unidade. Quanto à equipe, foi observado que a média era de oito profissionais de saúde, 3,5 Agentes Comunitários de Saúde (ACS) por unidade. Além disso, 14 (63,6%) unidades tinham enfermeiro e todas as unidades tinham médicos clínicos gerais. De uma forma geral, as Unidades de Saúde do município de Santa Cruz do Sul, apresentam fragilidade no que se refere à estruturação adequada para o atendimento ao paciente com TB: faltam salas para raio X, salas para coleta de escarro, deficiência na realização do TDO e na solicitação de baciloscopias. Conclui-se que há necessidade de aprimorar aspectos organizacionais das unidades de saúde que seriam obstáculos à efetiva incorporação e sustentabilidade de ações de tratamento da TB, com recursos humanos capacitados sobre a temática, envolvendo os gestores e profissionais da saúde para que, efetivamente, se construa um novo paradigma para a assistência à saúde do doente de TB. Também, uma preocupação em relação à qualificação das equipes de saúde para assumirem as responsabilidades com as ações de controle da TB, questão que emerge no bojo da descentralização e integração do controle da doença nos serviços de Atenção Primária à Saúde e que representa um dos desafios para a expansão sustentável da estratégia TDO.


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