OBESIDADE EM ESCOLARES DO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ DO SUL: A RELAÇÃO COM MARCADORES ANTROPOMÉTRICOS, BIOQUÍMICOS E DE DANOS OXIDATIVOS NO DNA.
Resumo
Obesidade é um problema de saúde pública associada à ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis. Nas últimas décadas a obesidade vem afetando crianças de todo o mundo, que, futuramente, serão propensos a permanecerem obesas quando adultas. Mudanças no estilo de vida como sedentarismo e alta ingestão alimentar de lipídeos e dietas hipercalóricas, têm levado a mudanças extremas na composição corporal dos jovens, que exerce relação direta com o estresse oxidativo. A detecção precoce pode reduzir tanto a obesidade, quanto as doenças associadas já durante a infância. O objetivo deste estudo foi avaliar a relação dos dados antropométricos com o perfil lipídico e danos no DNA em crianças na fase escolar. Foram analisados 48 escolares com idade média de 10,5±2 anos. Para classificação do estado antropométrico foi utilizado o Índice de Massa Corporal (IMC), avaliado através da relação entre peso (kg) e altura (m²). A circunferência da cintura (CC) foi aferida utilizando-se fita métrica inextensiva e inelástica, estando os escolares vestidos. A medida de CC foi feita na menor curvatura da cintura (a parte mais estreita do tronco entre as costelas e a crista ilíaca e o quadril no nível do trocanter maior), utilizando-se os seguintes pontos de corte para classificação: circunferência normal (percentil<75) e obesidade (percentil>75). Glicose, colesterol total, triglicerídeos e HDL foram avaliados por determinações bioquímicas. Os níveis de danos no DNA foram avaliados pela técnica de ensaio cometa. Os dados foram tabulados no software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 20.0 e, para a plotagem dos gráficos, foi utilizado o programa GraphPad Prisma versão 5.1. O IMC médio das crianças foi de 23,96±3,83 kg/m², classificando-as com excesso de peso. Observou-se correlação entre a glicemia de jejum e o peso corporal (r=0,326 e p=0,047), IMC (r=0,404 e p=0,013) e a CC (r=0,334 e p=0,043). Houve também correlação entre os níveis de triglicerídeos e o percentual de gordura (r=0,364 e p=0,013). Essa mesma relação não ocorreu com o colesterol total no sangue (p>0,05). O HDL, mas não o LDL, apresentou uma associação negativa com o peso corporal (r=-0,304 e p=0,040) e o IMC (r=-0,327 e p=0,027). Quanto aos danos no DNA, verificou-se associação positiva entre o índice de dano com a glicose (r=0,326 e p=0,049), o colesterol (r=0,439 e p=0,002) e o LDL (r=0,399 e p=0,006), mas não com a antropometria (p>0,05). O estado nutricional destes escolares (sobrepeso e a obesidade) demonstra que a transição da desnutrição para o excesso de peso implica no risco do desenvolvimento de consequências de alto risco, tanto metabólicas, quanto oxidativas, já quando crianças, dentre elas o possível desenvolvimento da diabetes.
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