A comunicação em saúde diz respeito ao estudo e utilização de estratégias para informar e influenciar as decisões dos indivíduos e da comunidade, a fim de promover a sua saúde. No processo de compreender e compartilhar mensagens, a comunicação é considerada efetiva quando o outro oferece uma resposta de forma consciente, demonstrando compreensão da comunicação ocorrida. Desta forma, a comunicação exerce influência no comportamento das pessoas envolvidas em curto, médio ou longo prazo. No Sistema Único de Saúde (SUS), mais especificamente na rede pública de saúde, a comunicação entre os trabalhadores e a comunidade é primordial para as estratégias de promoção da saúde e prevenção de doenças, caracterizando-se como um canal de múltiplas direcionalidades. Este trabalho objetiva apresentar os resultados de uma investigação sobre a comunicação nos serviços da rede pública de saúde da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde, em que foram abordados os meios de comunicação utilizados pelos trabalhadores da saúde para a divulgação das ações e serviços à comunidade, bem como, a efetividade dos mesmos. Este trabalho consiste um recorte da pesquisa O processo de gestão do trabalho e de Educação Permanente em saúde dos trabalhadores que atuam no SUS no âmbito da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde/RS, aprovado pelo Comitê de Ética da UNISC sob protocolo nº 652.382/14. A comunicação em saúde foi problematizada em um Grupo Focal com representantes dos municípios da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (13ª CRS), composto por trabalhadores de saúde, gestores e coordenadores de serviços. A técnica do Grupo Focal objetiva evidenciar contribuições qualitativas, através de experiência e vivências dos sujeitos, reunidos num mesmo local, durante certo período de tempo. Esta técnica consiste na participação dos representantes dos municípios, um mediador e um observador, seguindo, metodologicamente, a trajetória qualitativa. Os resultados apontaram o rádio e o Agente Comunitário de Saúde (ACS) como os principais meios de comunicação com os usuários dos serviços de saúde. Percebe-se que há uma grande dependência do ACS como elo de comunicação efetiva e resolutiva entre os serviços e os usuários do sistema de saúde, tornando-se um catalisador das necessidades da comunidade. Revelou-se, ainda, apesar nas novas tecnologias comunicacionais, que o rádio é um meio efetivo de comunicação no alcance das notícias e informações aos usuários. Na área rural, mais predominantemente, essa relação se constitui contribuindo com a participação e engajamento da comunidade. Alguns desafios necessitam ser ultrapassados para aproximar a rede de atenção primária e a comunidade e torná-la efetiva. Para isso, sugerem-se trabalhos voltados à capacitação dos trabalhadores de saúde quanto à humanização e comunicação em saúde, conscientizando-os dos direitos dos cidadãos e da sua parcela de responsabilidade nas ações e políticas de saúde nos municípios, contribuindo para a efetivação das diretrizes do SUS.