FARMACOGENÉTICA DO GENE DPYD E SUA IMPORTÂNCIA CLINICA NO CÂNCER COLORRETAL.

ELIARA FERNANDA FOLETTO, MARCELLO LUIS DOTTO , SABINE ELISA JACKISCH, LIA GONCALVES POSSUELO

Resumo


Considerado a terceira neoplasia maligna mais prevalente em humanos, as estatísticas sugerem que seis milhões de pessoas estão sofrendo de câncer colorretal (CCR). O CCR é uma patologia complexa impulsionada por diversas etiologias, envolvendo vários fatores ambientais e genéticos e suas interações. As evidências são claras de que aproximadamente 35% de todos os casos de CCR tem um componente genético. Capecitabina é o fármaco oralmente ativo do 5 FU e é considerado tratamento de primeira linha em combinação com várias outras drogas, sendo utilizado há mais de 40 de anos para o CCR. O 5FU é degrado pela enzima DPD codificada pelo gene DPYD, que está localizado no cromossomo 1, sendo que a mutação mais frequente 240ocorre na região de splicing do exon 14 (IVS14 +1 G> A), o que resulta na deleção do exon 14 e perda de 165 pb, criando uma enzima não funcional. Sendo assim, metabólitos citotóxicos serão acumulados no organismo do paciente, tornando o tratamento severo e agressivo. Entre as reações adversas mais graves estão diarréia, náuseas e síndrome-mão-pé. Este trabalho objetiva identificar os indivíduos com polimorfismos nos genes DPYD, de forma a contribuir com hospitais, comunidade e com a literatura.240 A coleta das amostras foi realizada no Centro de Oncologia Integrado (COI) do Hospital Ana Nery na cidade de Santa Cruz do Sul, centro que é referência em Oncologia para o interior do estado. Foram incluídos na pesquisa pacientes portadores de câncer colorretal tratados com 5FU maiores de 18 anos, que assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, totalizando 50 amostras. Após a realização da entrevista e revisão de prontuário para os dados clínicos e epidemiológicos era realizada a coleta de sangue periférico. Em seguida, no laboratório de genética e biotecnologia foram realizadas as técnicas de extração de DNA pelo método de Salting Out, PCR e RFLP com a enzima HpyCH4 IV. Até o momento todas as amostras foram amplificadas pela técnica de PCR e foi realizada a técnica de RFLP para 12 (24%) amostras, sendo todas homozigoto selvagem. A frequência do polimorfismo é baixa, em torno de 2,2 % para caucasianos, que é o caso da população estudada. A mutação IVS14 +1 G>A apresenta-se em baixa frequência em populações caucasianas, porém, quando presente, torna o tratamento severo e agressivo. Nossa perspectiva é realizar a240 técnica de PCR-RFLP para as demais amostras e relacionar com os efeitos adversos, caso sejam encontradas amostras com o polimorfismo de interesse.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.