INFLUÊNCIA DO ÍNDICE TORNOZELO- BRAQUIAL GERAL NO DESEMPENHO DE UM TESTE INCREMENTAL SUBMÁXIMO EM PORTADORES DE DPOC

GUSTAVO JUNGBLUT KNIPHOFF, DANIELA ANGRI, DANNUEY MACHADO CARDOSO, RICARDO GASS, DULCIANE NUNES PAIVA, ANDREA LUCIA GONÇALVES DA SILVA

Resumo


Além de causar diversas complicações no sistema respiratório, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) também afeta a atividade vascular periférica. A coexistência de alterações respiratórias e vasculares ocorre devido aos mecanismos fisiopatológicos e fatores de risco da DPOC e relacionam-se com os da Doença Arterial Periférica (DAP), sendo a hipoxemia e o tabagismo dois exemplos importantes. Este trabalho objetivou avaliar a influência da presença de DAP no desempenho de um teste incremental em indivíduos portadores de DPOC ingressantes em um Programa de Reabilitação Pulmonar (PRP). Foi realizado estudo transversal em andamento realizado com portadores de DPOC ingressantes no PRP do Hospital Santa Cruz, em Santa Cruz do Sul-RS. Todos os pacientes foram avaliados na sua condição de repouso, em decúbito dorsal, para determinação de DAP através do Índice Tornozelo- Braquial Geral (ITB). Sendo este avaliado utilizando esfigmomanômetros em membros superiores (03 centímetros acima da fossa cubital) e membros inferiores (03 centímetros acima do maléolo medial). A aferição da pressão arterial sistólica (PAS) foi realizada com Doppler vascular portátil O Shuttle Test é considerado um teste de carga incremental para portadores de DPOC, sendo realizado em um corredor plano, onde o paciente é orientado a caminhar em um percurso demarcado de 10 metros, com aumentos progressivos da cadência de caminhada ditados por sinais sonoros que marcam a mudança de nível do teste, este contém uma quantidade prevista de metragem a ser cumprida durante a caminhada e caso isto não ocorra o teste é interrompido e finalizado. A análise estatística foi realizada por métodos descritivos pelo programa Statistical Package for Social Sciences for Windows (versão 20.0). Foram avaliados 13 portadores de DPOC com média de idade 66,31 ± 6 anos, predominância do sexo masculino (n=09), índice de massa corporal de 28,48 ± 6,9 Kg/m2, com estadiamento da doença entre moderado e muito severo pela prova de função pulmonar (espirometria) e classificação entre 01 e 06 pelo índice BODE, ou seja, com sobrevida aproximada em 04 anos entre 57% a 80%. O resultado do ITB Geral em repouso foi de 0,89 ± 0,11 e o resultado individual permitiu classifica-los em ITB normal (n=02, ITB= 1,04 ± 0,05), limítrofe (n=06, ITB= 0,94 ± 0,03) e presença de DAP (n=05, ITB= 0,76 ± 0,06). A distância média caminhada no Shuttle Test foi de 368,34 ± 119 m e em % do predito os pacientes caminharam 50,61 ± 12,77% do predito para sujeitos saudáveis nesta faixa etária. Importante ressaltar que houve grande variabilidade na distância caminhada nestes pacientes (mínimo= 188,50 m; máximo= 676,34 m). Shuttle Test estratificado pela presença de DAP revelou: ITB limítrofe para DAP = 395,22 ±155,12 m (77,18% do predito); ITB com DAP = 350,53 ± 93,83 m (62,10 % do predito). A DAP está presente nos portadores de DPOC deste estudo, bem como se observa uma tendência de menor distância percorrida durante o Shuttle Test na presença desta morbidade.240


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