PREVALÊNCIA DE TUBERCULOSE LATENTE ENTRE TRABALHADORES DE SAÚDE DE UMA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR

ANA CRISTINA WEBER BAVARESCO, ANA JÚLIA REIS, BRUNA FRANKE, CAROLINE BUSATTO, ANDREIA ROSANE DE MOURA VALIM, LIA GONCALVES POSSUELO

Resumo


A tuberculose (TB) é uma doença infecto-contagiosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis e transmitida por via aérea. Os sintomas clássicos são a tosse persistente, febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento. Já a tuberculose latente (ILTB) ocorre quando o indivíduo é infectado, mas não adoece, pois a micobactéria é controlada devido a uma resposta imune eficaz. Ela permanece viável, mas latente, assintomática e não transmissível. As pessoas com ILTB constituem o reservatório da doença, e a partir delas que novos casos da doença ativa podem emergir, sobretudo nos dois primeiros anos após a infecção ou em situações em que o sistema imune esteja comprometido. Os profissionais de saúde apresentam um maior risco de infecção quando comparados à população em geral, devido a sua exposição ao240M. tuberculosis, sendo considerada uma população vulnerável para o desenvolvimento da doença. Um longo período de trabalho como profissional de saúde, diagnóstico tardio, categoria profissional, determinados locais de trabalho, ventilação inadequada e proteção respiratória inapropriada são fatores que podem contribuir para a infecção. Objetivou-se investigar a prevalência de ILTB entre os profissionais de um hospital de médio porte do Vale do Rio Pardo. Realizou-se um estudo transversal descritivo quantitativo no mês de março de 2014, durante as ações da IV Semana de Combate à TB do município em estudo. Foramincluídos profissionaisde diversas áreasde uma instituição hospitalar, sendo que os trabalhadores que aceitaram participar do estudo, responderam a umquestionário epidemiológico e, posteriormente,foram submetidos à aplicaçãodo Teste Tuberculínico (TT), conforme protocolo preconizado pelo Ministério da Saúde. Foram considerados reatoresaqueles com uma induração ≥10 mm. Estatística descritiva foi realizada após tabulação dos dados em SPSS 17.0.Foram realizados 79 testes tuberculínicos, onde 75,9%eram mulheres e a média de idade foi de 34,72anos, variando de 17 a 60 anos. A prevalência de ILTB foi de 40,5%,sendo que 78,8% dos participantes que tiveram resultado positivo no teste trabalham há mais de um ano no hospital. Entre os reatores estão trabalhadores de todas as áreas, sendo 33,3% de serviços gerais, 27,3% da equipe de enfermagem, 24,2% do setor de administração e 15,2% são técnicos das áreas de diagnóstico e terapêutica. Apesar da existência dos métodos de prevenção da TB, a baixa adesão às medidas de biossegurança e negligência por parte dos profissionais e instituições constituem-se fatores limitantes para o controle da doença. A TB constitui-seem um riscoocupacional a que os trabalhadores de saúde estão expostos,eo rastreio dessescasos em exposição é uma importante ferramenta tanto para o diagnóstico de ILTB, bem como para o diagnóstico precoce de doença ativa. Houve similaridade na prevalência de casos em diferentes categorias profissionais, o que pode estar relacionado com o deslocamento do paciente dentro do hospital, expondo trabalhadores considerados de baixo risco a casos não reconhecidos de TB. Após investigação, encontrou-se uma prevalência de ILTB de 40,5% nos profissionais estudados, e esta foi similar entre as diferentes categorias profissionais analisadas. Esses resultados sugerema aplicação do TT nos exames admissionais e periódicos, conforme recomendações do Ministério da Saúde.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.