DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA E SUA RELAÇÃO COM A DISPNEIA EM PORTADORES DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA EM REABILITAÇÃO PULMONAR.
Resumo
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é caracterizada pela obstrução não totalmente reversível das vias aéreas, com consequente limitação ao fluxo aéreo e dispneia.240Adicionalmente, a DPOC tem sido recentemente descrita como uma doença com consequências sistêmicas, como a perda progressiva do condicionamento físico e da força muscular. A Reabilitação Pulmonar (RP) compreende uma intervenção baseada na avaliação do paciente, seguido por terapias toleradas pelo paciente que incluem exercício físico, educação e alteração comportamental, desenhadas para incrementar a condição física e psicológica dos portadores de DPOC. A reabilitação pulmonar tem demonstrado claramente que reduz a dispneia, aumenta a capacidade de exercício e melhora a qualidade de vida nos portadores de DPOC. Ovjetivou-se avaliar em portadores de DPOC, em reabilitação pulmonar, a presença de doença arterial periférica e sua relação com a dispneia. Um estudo transversal está em andamento realizado com portadores de DPOC ingressantes no programa de RP do Hospital Santa Cruz, em Santa Cruz do Sul-RS. Todos os pacientes foram avaliados na sua condição de repouso, em decúbito dorsal, para realização do Índice Tornozelo-braquial Geral (ITB). O ITB foi avaliado utilizando um esfigmomanômetro em membros superiores (03 centímetros acima da fossa cubital) e membros inferiores (03 centímetros acima do maléolo medial). A aferição da pressão arterial sistólica (PAS) foi realizada com doppler vascular portátil. A dispneia foi avaliada através do Medical Research Council (MRC), que é realizado através de uma escala graduada de 0 (dispneia a exercícios intensos) a 4 (não sair de casa devido à dispneia), de acordo com a intensidade de dispneia. A análise estatística foi realizada por métodos descritivos pelo programa Statistical Package for Social Sciences for Windows (versão 20.0). Foram avaliados 13 portadores de DPOC, com média de idade 66,31 ± 6,00 anos, predominância do sexo masculino (n=09), índice de massa corporal 28,48 ± 6,95 Kg/m2, com estadiamento da doença entre moderado e muito severo pela prova de função pulmonar (espirometria) e classificação entre 01 e 06 pelo índice BODE, ou seja, com sobrevida aproximada em 04 anos entre 57% a 80%. O resultado do ITB Geral em repouso foi 0,89 ± 0,11 e o resultado individual dos pacientes permitiu classificá-los em ITB normal (n=02, ITB= 1,04 ± 0,05), limítrofe (n=06, ITB= 0,94 ± 0,03) e presença de doença arterial periférica - DAP (n=05, ITB= 0,76 ± 0,06). O MRC variou entre 0 e 4, onde 5 pacientes relataram dispneia ao exercício intenso (MRC=0), 6 pacientes apresentam dispneia andando rápido (MRC=1), 1 paciente apresentou dispneia ao andar mais lentamente (MRC=2) e 1 com dispneia em repouso (MRC=4). Quando estratificados os pacientes conforme a presença ou não DAP e sua relação com a dispneia, encontramos os seguintes resultados: portadores de DPOC sem DAP apresentam dispneia quando 223andam rápido224 ou quando praticam 223exercício muito intenso224; portadores de DPOC com resultado limítrofe para DAP apresentam dispneia que varia quando 223andam lentamente224 até 223exercício muito intenso224; e portadores de DPOC com DAP apresentam dispneia que varia de "sem sair de casa" a 223exercício muito intenso224. A DAP está presente nos portadores de DPOC deste estudo, bem como se observa uma tendência de maior dispneia quando da presença desta morbidade.
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