CORRELAÇÃO ENTRE NÍVEIS OBSTRUTIVOS ARTERIAIS PERIFÉRICOS E NÍVEIS OBSTRUTIVOS PULMONARES EM PORTADORES DE DPOC NÃO REABILITADOS

DIOGO FANFA BORDIN, CÁSSIA DA LUZ GOULART, DANNUEY MACHADO CARDOSO, JULIO CRISTIANO SIMON, DULCIANE NUNES PAIVA, ANDREA LUCIA GONÇALVES DA SILVA

Resumo


A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) produz desordens fisiopatológicas respiratórias com severo comprometimneto dos volumes pulmonares, podendo também ocasionar alterações extrapulmonares direta ou indiretamente ocasionadas pelo ato tabágico, como as doenças arteriais periféricas (DAP). O Índice Tornozelo-Braquial (ITB) surge como uma medida não-invasiva para detecção de alterações circulatórias de fluxo arterial em membros inferiores, sendo altamente preditivo da mortalidade cardiovascular. Objetivou-se correlacionar o ITB com o Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo (VEF1) e com o Fluxo Expiratório Forçado entre 25% e 75% da Capacidade Vital Forçada (FEF25-75%) em portadores de DPOC. Um estudo transversal, do tipo estudo de caso, está em andamento, sendo com amostra por conveniência, onde foram avaliados portadores de DPOC com estadiamentos Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) entre II e IV, não reabilitados, ingressantes no Programa de Reabilitação Pulmonar do Hospital Santa Cruz (HSC), Santa Cruz do Sul-RS. O ITB foi avaliado em membros superiores (03 centímetros acima da fossa cubital) e membros inferiores (03 centímetros acima do maléolo medial), onde a aferição da pressão arterial sistólica (PAS) foi realizada com esfigmomanômetro e doppler vascular portátil. A função pulmonar foi avaliada por espirometria digital, obtendo-se as variáveis capacidade vital forçada (CVF), VEF1 e FEF25-75%. Foram avaliados pacientes (n=12) com média de idade de 66,58 ± 6,1 anos, com predominância do sexo masculino (n=8, 66,7%) e Índice de Massa Corpórea de 29,21 ± 6,7 Kg/m2 [magreza=1 paciente (8,3%); eutrófico=4 (33,3%) e obesidade=7 (58%)]. A média da CVF obtida foi240 2,44 ± 0,78 L (70,9 ± 18,1%pred); do VEF1 de 1,33 ± 0,45 L (50,4 ± 15,5% pred) e do VEF 25-75% de 0,65 ± 0,32 L (26,9 ± 16,6%pred). Seis (06) pacientes foram classificados com estadiamento GOLD II (50%), cinco (05) com GOLD III (41,7%) e 01 com GOLD IV (8,3%). A média do ITB obtido foi de 0,88 ± 0,12, no qual evidenciou-se 05 pacientes com DAP (41,7%), 05 em faixa limítrofe para diagnóstico de DAP (41,7%) e 02 com índice normal (16,7%). A análise da amostragem evidenciou correlação positiva de poder estatístico moderado entre ITB e VEF1 (r= 0,684; p= 0,014), não havendo correlação entre as variáveis ITB e VEF 25-75%.. Nos portadores de DPOC avaliados, a presença de obstrução de via aérea alta, que é forte característica da doença, está relacionada à presença de doença arterial periférica. Tal evidência apresenta ineditismo na literatura, sendo necessária a progressão do estudo para a validação destas informações.


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