ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL: INFLUÊNCIA NA CAPACIDADE FUNCIONAL DE PORTADORES DE DPOC INGRESSANTES EM UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PULMONAR
Resumo
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) apresenta perfil inflamatório progressivo que conduz a severa disfunção respiratória e sistêmica. Além do comprometimento das estruturas intrapulmonares podem ocorrer doenças arteriais periféricas (DAP), no qual o Índice Tornozelo-Braquial (ITB) aparece como uma medida não-invasiva para detecção de alterações circulatórias do fluxo arterial em membros inferiores. Objetivou-se avaliar a influência do ITB no desempenho no Teste de Caminhada de 6 minutos (TC6m) em portadores de DPOC ingressantes em um programa de reabilitação pulmonar (PRP). Foi realizado estudo quase-experimental (n = 12), com amostra voluntária de portadores de DPOC com idade superior a 40 anos, ingressantes no Programa de Reabilitação Pulmonar do Hospital Santa Cruz (HSC), em Santa Cruz do Sul-RS. O ITB é a relação entre a pressão arterial sistólica (PAS) dos tornozelos (direito e esquerdo) e a PAS braquial (direita e esquerda), aferido com o paciente em repouso, no qual é tomado como referência o maior valor verificado entre os lados aferidos. A aferição da PAS dos membros superiores e inferiores foi obtida com um esfigmomanômetro e um Doppler Vascular Portátil. Para a realização do TC6m foi utilizado o protocolo padrão do ATS Six-Minute Walk Test, tendo sido realizados 02 testes, um de prática para fins educativos e outro TC6m que foi validado para a coleta das informações da distância percorrida em seis minutos. A análise dos dados foi realizada no programa SPSS (versão 20.0), através do modelo de regressão linear múltipla (p<0,05). Foram avaliados 12 pacientes (06 homens), média de idade de 66,1 ± 6,7 anos e IMC de 29,01 ± 6,7 Kg/m2. A média da CVF foi de 66,3 ± 19,3 %pred, do VEF1 de 47,0 ± 16,0 %pred e do PFE de 41,8 ± 19,1 %pred. As variáveis independentes contempladas no modelo que explicaram, aproximadamente, 68% da variação no TC6m (R2ajustado = 0,681) foram a Escala de Borg (p = 0,012) e o ITB (p = 0,012). Em portadores de DPOC pode-se observar que o ITB e a Escala de Borg influenciou no desempenho no TC6m, sugerindo que a limitação do fluxo periférico pode refletir em menores distâncias percorridas pelos pacientes e, consequentemente, aumentando o esforço realizado pelos mesmos durante a caminhada.240
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